12 de junho de 2015

(n)amor

Eu não tinha muita sorte com o amor. Aliás, demorei muito tempo para entender o que realmente é isso.

Nos meus primeiros namoros eu ficava impressionado como alguém podia se interessar por mim e quase morria quando, lógico, o namoro não dava certo. E depois de alguns momentos bons, mas soterrados por várias roubadas amorosas, eu desisti de encontrar alguém. Todo mundo - incluindo eu mesmo - era complicado demais e tudo isso era um desperdício de energia muito grande.

Fui curtir minha vida, sair sozinho, viajar. Eu não me achava bonito e tudo ficava mais fácil quando eu não esperava nada.

E, claro, me apaixonei de novo. Mas dessa vez eu não queria namoro, não queria nada sério. Era gostoso, despretencioso e férias. A gente se via todos os dias e num fuso horário bem diferente do resto das pessoas.

Quando percebi já estávamos morando juntos. E depois morando em cidades separadas. Depois morando juntos em uma outra cidade. E finalmente morando juntos na cidade que a gente nasceu e se conheceu.

E não importa se é dia dos namorados, se é natal, se é semana santa. A gente está junto, briga, se desespera, sente saudade, sente raiva, aprende, se apaixona de novo.

Eu estava com 24 anos quando rolou o primeiro beijo (com caipirinha e músicas dos anos 80 numa festa no subsolo de um pizzaria) e agora já tenho quase 32. E naquela época eu não pensava em nada além de curtir o dia que estávamos juntos. Se alguém me falasse que depois daquele beijo a gente ia viver tanta coisa e já com tantos anos de história, eu ia rir da cara de quem me falasse isso.

Mas eu adoro como a vida gosta de surpreender a gente.

Outro dia a gente conversou sobre qual seria a nossa música. Acho engraçado isso de gente que tem uma música. Será que é alguma dos Smiths? Será que é da Gal Costa? Ou do Coco Rosie? Do Anthony & The Johnsons. Olha, não dá pra ter uma música. Tem uma coletânea inteira e essa da Grace Jones ficou na minha cabeça esses dias: "não sou perfeito, mas sou perfeito pra você".

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