5 de maio de 2016

Psique

Entrei, sentei na poltrona e comecei a escutar músicas aleatórias de uma rádio misturadas com as vozes de duas pessoas do outro lado da outra porta.

Eu sou o próximo. Já tem quase um mês que venho aqui para falar dos meus problemas internos, das minhas inadequações, das minhas angústias.

Tem dias que o psicólogo usa astrologia e em outros, cartas de tarot. Gosto dessas coisas esotéricas, vai que ajudam, né? Afinal, estão aí há tantos séculos.

De qualquer forma, é bom ter um tempo pra tentar entender o que acontece comigo e para onde quero ir.

Resolvi procurar um psicólogo porque me senti completamente paralisado em um emprego que não gosto e sem saber para onde quero ir e com mais de trinta anos nas costas. Ainda não sei e ainda tô no mesmo emprego, mas já penso em mais algumas possibilidades pra minha vida.

A paralisia foi umas das piores sensações que já senti. Chorei na frente dos meus pais. Com quase trinta e três anos eu não conseguia parar de chorar na frente das duas pessoas que me criaram e que me olhavam completamente assustadas.

Eu entendi que meu ritmo é mais devagar mesmo. O ritmo pra tudo: pra amadurecer, pra mudar de caminho, pra tudo. Mas ao mesmo tempo tenho momentos de coragem e de rapidez que nem eu consigo entender.

As coisas ainda não estão boas, mas ao menos estão melhores do que antes. E eu comecei a me entender um pouco melhor. Ufa!

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