20 de janeiro de 2017

Simples ficar

Acordei esses dias e parecia que ainda estava dormindo. Uma névoa densa invadiu as janelas e tudo estava tão branco do lado de fora. Branco, iluminado, esfumaçado. Parecia um sonho ainda.

Venho já a algum tempo com essa vontade de viver de uma forma mais simples. Parece fácil simplificar, mas na verdade é muito difícil. A gente é criado para complicar tudo, pensar em todos os cenários (principalmente o pior cenário possível) e preencher todos os espaços vazios.

Tenho chegado do trabalho e enquanto Iran continua costurar em seu ateliê, pego alguns livros e leio. Deito na cama e fico um bom tempo pulando de livro em livro, sem me preocupar em fazer alguma outra coisa. É só isso. Por que não simplesmente ler? 

Até no meu trabalho eu tento ter uma postura mais simples. Não tenho o melhor trabalho do mundo e nem o mais adequado pra mim. Poderia ganhar mais, poderia trabalhar em outro lugar e, aliás, sempre me cobrei isso, pois esse trabalho supostamente seria muito pouco para mim. Decidi então tirar esse peso inteiro que eu coloquei em cima disso. Trabalho não precisa ser significativo, não precisa mudar o mundo. É apenas uma troca temporária do meu tempo por dinheiro. Eu dedico algumas horas aqui e recebo um dinheiro. É só isso! E meu trabalho é tranquilo, tem horário certo, não trabalho nos finais de semana, tiro férias, recessos, feriados. Não preciso mais do que isso. Percebi que não preciso de muito dinheiro e não quero me matar de trabalhar.

Aos poucos tenho tentado respirar mais, ficar mais calmo, perder um pouco da ansiedade, tentar entender os meus impulsos (como o tanto de coisas que comprei pra casa no começo do ano: cadeiras, cama, colchão, mixer, aspirador de pó e até talheres).

Quero tentar cada vez ficar simples...

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