28 de agosto de 2019

Fernanda Young


A morte de Fernanda Young me pegou completamente de surpresa e tem me afetado mais do que o falecimento de muitos dos meus parentes.

O primeiro de seus livros que li foi "Carta para alguém bem perto" e mesmo que bastante longo, a leitura foi bem rápida para alguém nos vinte e poucos anos. Lembro de ter curtido cada página e que me passava um filme enquanto lia.

Adoro o jeito desbocado, suas tatuagens, o cabelo por muitos anos raspado e depois longo, depois loiro, depois curto. As fotografias sensuais, os maravilhosos roteiros dos Normais, do Aspones e do Shippados. Adorava seus programas na tv também, principalmente o Irritando Fernanda Young.

Quando a gente morava em São Paulo fomos no lançamento de um curta inspirado no A Louca Debaixo do Branco, um livro de fotos em que ela aparece vestida de noiva, além de contos, entrevistas e histórias malucas sobre o dia de casamento. O curta era lindo, mas no auditório havia pouco mais de dez pessoas. Fernanda não ficou muito abalada, apenas disse que nós que estávamos lá éramos foda. Eu e Iran corremos na livraria do MIS e compramos o livro e ainda emprestamos a caneta para ela autografar o nosso livro e dos demais. Ela escreveu apenas "Iran e Vinicius, muito obrigada!".

E hoje eu que agradeço toda a genialidade, os palavrões, a libertação e tudo o que ela produziu.

Comecei esses dias a ler mais um livro dela (o "Pós-F") e é tão trágico saber que ela morreu. Sua escrita é tão vibrante, tão visceral. São poucas as pessoas que me fazem sentir assim quando morrem...

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