18 de outubro de 2019


Retornei a ligação e antes que eu pudesse dizer alô escutei que ela estava chorando. E então me disse do resultado do laudo, pior cenário possível. Na hora não tem como não pensar nesse maldito pior cenário, mas respirei fundo, peguei o carro e fui para a casa dela. Quando cheguei ela ainda estava chorando. Eu não disse nada, só a abracei e ficamos alguns minutos juntos. Fiquei feliz de ter mantido a calma, a gente nunca sabe como vai reagir, não tem como se preparar de antemão. Continuamos juntos. Disse para ela que vamos dar um jeito, vamos lutar, vamos conseguir consultas, o diagnóstico é precoce, a medicina melhorou muito nos últimos anos. Dizia para ela e para mim também. Ela se acalmou um pouco e ficamos conversando mais um pouco. Nessas horas sobra apenas a essência, apenas o amor. Todo o resto vira detalhe se dilui. Ela disse então que iria tomar um calmante e dormir. Insisti para ficar mais, não tinha nenhum compromisso inadiável, mas percebi que ela queria ficar só, digerir tudo isso. Hoje liguei de novo para ela, a voz estava melhor, estava tentando marcar consulta com um especialista para ainda hoje. Fiquei tão feliz, ainda acho que pode ser apenas uma inflamação, ainda gosto de ser otimista. Tudo foi ressignificado, tudo está misturado. Esse laudo já virou um marco na vida de todos. E agora é ver quais serão os próximos desenvolvimentos...

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