10 de janeiro de 2022

Pequenos remédios para a minha saúde mental na pandemia



Não tem sido fácil ter um pouco de saúde mental nos últimos meses. Não que antes fosse fácil, mas acho que a pandemia intensificou tudo. Ao mesmo tempo é preciso se adaptar e tentar sobreviver todos os dias. E sei que tenho muitos privilégios, como trabalhar em casa e ter saúde.

Resolvi então escrever sobre alguns dos remédios que me ajudam.

Meu marido é um dos principais. Nós nos unimos mais ainda e criamos uma rotina semanal para a faxina, o preparo da comida, as compras, nosso happy hour e tudo mais. Não brigamos nesses últimos tempos mesmo que o nosso trabalho seja de casa e estamos praticamente 24h juntos.

Tominhas, nosso cachorro, tem ajudado muito. Eu não tinha ideia de como era ter cachorro. Os nossos passeios de manhã cedo aqui perto de casa. Enquanto ele descobre a vizinhança escuto alguns podcasts e vejo as plantas, os insetos, as outras pessoas e bichos, além de o tempo todo ver como ele é um cachorro incrível. É muito esperto e tem muita personalidade. Ele tem me ensinado que mesmo pequeno ele também tem suas escolhas, humores e autonomia.

Converso quase todos os dias com minha família e amigos pelos aplicativos de mensagem. Tem amigos que não vejo desde que comecei a pandemia, mas mesmo assim me sinto conectado pelas mensagens, memes, vídeos engraçados. 

Trabalho de casa desde que começou a pandemia. E algumas pessoas do meu setor foram obrigadas a voltarem ao presencial e não consigo entender. Quase todo mundo se adaptou ao remoto, não vejo porque obrigar pessoas a voltarem ao presencial. De qualquer forma, minha rotina tem sido muito boa e tenho interagido com os colegas e meu chefe pelos aplicativos de mensagem do trabalho, além de poder acessar os documentos pelos sistemas de armazenamento na nuvem. Mesmo as reuniões que antes durariam várias horas (e às vezes seriam preciso viajar) agora são bem mais rápidas. Trabalho praticamente de pijama.

Alimentação é essencial também. Desde que tivemos covid no começo de 2020 resolvemos nos alimentar melhor e regularizar as taxas todas. Desde então meu marido planeja um menu na semana e cozinha enquanto eu faço a faxina na casa. É uma trabalheira, mas faz muita diferença comer bem. As comidas são simples e no almoço quase sempre é frango, mas não acho enjoativo. É comida boa, saudável, temperada. Não sinto mais incômodo, refluxo, azia e conseguimos perder muitos quilos. No final de semana a gente abre algumas exceções.

Tenho tentado dormir bem. Não uso mais alarme desde que comecei a trabalhar de casa e percebi que tenho ido dormir mais cedo, além de acordar mais cedo. Alguns dias acordo 05h30 e vou dormir um pouco depois das 22h. Parece que vivo na roça, mas é uma rotina que naturalmente me corpo chegou.

No final da tarde, quando acabamos de trabalhar, a gente tenta caminhar aqui por perto. Tentamos correr alguns dias, mas não rolou. Na caminhada a gente consegue conversar, ver as coisas que acontecem. A gente procura caminhar pela ruas sem saída das casas aqui perto, pois são menos movimentadas que o calçadão.

A yoga que faço em casa tem me ajudado muito também. Eu havia começado aulas em 2009 e fiz durante um ano. Depois deixei de lado e fui redescobrir nos primeiros meses da pandemia. Desde então faço ao menos duas vezes por semana. Sempre acordo cedo e então faço enquanto o dia amanhece. É a mesma aula de sempre, com posições sentado, em pé, depois deitado e no final um relaxamento. Percebi que estou mais flexível e a meditação guiada no final me ajuda muito. Mesmo nas férias não deixei de fazer.

O kindle é outro remédio. Tenho conseguido ler todos os dias depois do almoço. Mesmo que poucas páginas por dia, de repente consegui terminar vários livros. O kindle facilita muito. Tentei ler vários livros ao mesmo tempo, mas descobri que o melhor para mim é ler um de cada vez. Simplesmente abro a capa e ele já inicia na página que parei. Gosto do medidor de quantos minutos faltam para terminar um capítulo ou um conto, mas algumas vezes paro no meio mesmo e retomo no dia seguinte.

Quase não temos saído de casa. Conseguimos encomendar as compras de mercado e outras coisas que precisamos para entregar em casa. Temos saída apenas para comprar coisas no verdurão e para visitar nossa família. Sempre com as máscaras PFF2 e só tiramos quando chegamos em casa.

Videogame é algo inesperado. Não imaginei que fosse gostar tanto dos novos jogos. Nos dias que não faço yoga jogo um pouco de manhã cedo. E fico impressionado que alguns jogos têm já mais de cinquenta horas que estou neles. Blasphemous, Castlevania Requiem, Last of Us (partes 1 e 2) e os DOOM (I, II, III e 2016) são os que mais tenho jogado. É engraçado que gosto mais dos jogos antigos. Vários desses jogos têm mais de 20 anos e acho incrível que ainda são jogados e disponibilizados nas lojas virtuais. Sempre fico de olho nas promoções e nas resenhas. Comprei o Witcher 3 para depois que terminar Last of Us parte 2. E quero comprar Quake e Bloodstained quando tiver promoção.

Não tem sido nada fácil ter um pouco de saúde mental com a pandemia, mas é bom reconhecer o que me tem feito bem nesses últimos meses e que me ajudam a sobreviver. Ainda não tem previsão de quando a pandemia vai acabar. Já são quase dois anos e agora os casos aumentaram bastante. Mas uma hora vai terminar. E quero sobreviver e estar com saúde.

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