21 de outubro de 2022

Cansaço



As eleições são a cada quatro anos, mas desde 2018 eu não sinto esse cansaço tão grande como se a qualquer momento a democracia como um todo fosse ruir. As disputas eram entre dois candidatos que não tinham pretensões ditatoriais. Mas nos últimos anos essa ilusão de um país tropical com samba, futebol e carnaval foi completamente rasgada. Ódio, armas, igrejas, preconceitos e uma elasticidade do que seria crime eleitoral e abuso do poder econômico de quem tem acesso à estrutura administrativa do país e não poderia conceder vários benefícios com viés eleitoreiro. Eu não ideia do tanto de ódio que havia no país, inclusive na minha família e em pessoas próximas. E ao mesmo tempo apenas um senhor de mais de setenta anos, que deveria estar curtindo sua aposentadoria, pode ter chances de sair vencedor dessa disputa em que muita gente prevê algo como 51% a 49%. Mesmo com a má gestão da pandemia com centenas de milhares de mortes, a liberação da venda de armas a qualquer pessoa, ao orçamento público problemático e sem transparência e as constantes frases estúpidas e odiosas, mesmo assim quase metade da população ainda prefere votar no atual presidente. Mas mesmo com um placar apertado, eu espero que ver a vitória do ex-presidente para que ele possa cumprir mais um mandato. Enquanto não chega o segundo turno, já estou exausto. Mas tenho esperança ainda. E tenho procurado me distrair um pouco com pequenas surpresas como essas frutinhas do cerrado, o cajuzinho e a cagaita.

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