23 de julho de 2008
Livraiada
Sempre gostei de livros. Acho que não tinha como ser de outra forma, já que na casa dos meus pais há mais livros do que qualquer outra coisa. Minha mãe é uma leitora compulsiva, pode gastar litros de dinheiro com uma antologia completa de um autor fodão como Vinicius ou Cecília, tudo em papel bíblia e capa de couro com letrinhas douradas, claro. Mas se a roupa lhe cai maravilhosamente bem, mas custa um pouco acima do tolerável, bem, então ela não leva. E, porra, como ela tem ciúmes dessas jóias. Lembro que ia cair um livro do Machado em uma prova da escola e ela preferiu me comprar uma edição vagabunda do romance ao invés de me emprestar a tal antologia. Certíssimo! Imagina se pirralho tem algum cuidado com livro! E meu pai, por outro lado, tem a mais incrível coleção de livros antigos de páginas amareladas e ortografia ultrapassada de que eu tenho notícia. Mas voltando para os livros. Não tenho muitos, mas os que tenho ficam ali na minha prateleira. Gosto de ver as suas lombadas coloridas e lembrar de como foi gostoso lê-los. Mas não compro muitos, só os que mais me marcaram. Tenho um tesão incrível em ler os livros da biblioteca da minha faculdade ou de sebos. Livros velhos, biblioteca escura e com aquele cheiro de pó e bolor. Adoro ver os sublinhados e anotações que outras pessoas fizeram. Já encontrei até bilhetes e manchas de sangue. Bom, também não tenho problema nenhum com os grandes conglomerados de livros, mas adoro as lojinhas pequenas, simpáticas e específicas. Posso ficar horas folheando livros interessantes (e outros nem tanto) e não comprar nenhum. Ou morrer de vontade de comprar um monte e não ter um puto na carteira. Acontece. Isso tudo só pra lembrar que preciso a voltar ao meu rítmo de leitura. Tem uma pilha de livros da faculdade pra ler, mas também um monte de outros que leio para refrescar a cabeça com coisas boas.
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