17 de janeiro de 2011

Minimalismo

Escrever sempre me foi um exercício de estilo e de autoconhecimento, uma forma de desembaralhar as idéias e nisso esse espaço sempre me ajudou, mesmo nos textos mais simples. De vez em quando releio um texto escrito há dois ou três anos e 'revivo' minhas motivações e as situações. Mas além de reler, também voltei a ler. Ler, assim, verbo intransitivo. Revistas, livros de literatura esquecidos na estante, livros eletrônicos, arquivos em PDF, blogs, jornais... E ouvir. Novos artistas, discos esquecidos na pasta, shows. Aliás, meu fone de ouvido virou hábito. E, claro, viajar. Eu sei, é caro, é trabalhoso e nem tudo acontece como o planejado (Planejado? Cansei de esquematizar tudo).

Com isso, a casca da letargia, ou melhor, da minha atual estagnação sofreu algumas rachaduras, como se finalmente eu houvesse conseguido imaginar uma outra forma de viver, uma tentativa de experimentar o filosófico (ou pseudo-filosófico) "menos é mais". Parar de enrolação, afinal de contas, se você não conseguir explicar algo para uma criança de cinco anos, cara, você não aprendeu aquilo.

Descobri que eu não sabia um monte de coisas que eu havia estudado, então tentei preencher todos esses meus porquês. Impossível, eu sei. Mas tento agora preenchê-los com minhas idéias. Cansei de ser um "apud" de tudo, ou mesmo um "iPod".

Comecei a pensar que não vou chegar a lugar nenhum com esse tanto de bagagem extra. Preciso me livrar de todo esse peso. Não, não vou à Índia praticar o desapego. Vou simplesmente diminuir o meu próprio ruído, parar de ser meu próprio ditador. Esse é o meu minimalismo.

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