30 de março de 2012

Sol e lago

Entrei de penetra no clube que freqüentava quando era pequeno e que fiz as melhores aulas de natação. Disse que queria ver os preços da academia, mas fui direto pra beira do lago tomar sol, escutar música, ler e pensar na vida. Meu primeiro dia sem trabalhar e eu quero passá-lo como um vagabundo. Ou com estilo.

Escuto o barulho das ondinhas do lago batendo no píer e me sinto numa praia no meio do cerrado. Brasilia é realmente muito bonita, ao menos na bolha urbana que eu moro.

Estranhamente sinto uma leveza tão grande, como se eu não percebesse que já não tenho apartamento, móveis, fogão, cama, geladeira e emprego. Minha vida dos últimos três anos já não existe mais e nem me doeu vê-la desmanchar-se em caixas. O que me dói mesmo é ficar longe das pessoas que amo, meus amigos e família. Mas sinto que é necessário. Me sinto forte, mas sei que só com uma ou duas semanas após minha ida é que vou perceber o tamanho do golpe no meu coração. Minha ficha sempre demora a cair. E enquanto isso fico aqui escutando o barulho das ondinhas da praia postiça, sentindo o sol me livrar da cor cinza.

E por enquanto isso está bom, não dá pra querer sentir tudo de uma vez.

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