23 de abril de 2012

Clique

Aos poucos São Paulo vai se encaixando na minha cabeça, percebo que aquela rua não é tão longe quanto parece, que a baldeação do metrô é simples, que aquela linha cruza com a outra, reconheço qual lado da Avenida Paulista eu tenho de andar pra chegar aonde quero, distingo a direção centro da direção Jardins, marcos pontos na cidade da minha cabeça, que se torna cada vez mais próxima da cidade real.

E a própria vida aqui vai se tornando mais fácil. Já aparece um apartamento ali, quem sabe um emprego acolá. E se nem um nem outro aparecerem, outras possibilidades surgirão. Mudo de área, mudo de região, mudo desejos, mudo aspirações, vou me adaptando e me conhecendo.

Meus dias brasilienses estão cada vez mais distantes e mais deliciosos na minha memória. O clima bucólico, as ruas largas, os traçados, os centros culturais, cinemas, lojinhas, a casa dos meus pais, o café francês, o bar libanês, o restaurante mexicano, o parque. Parece outra vida. Mas por mais que eu queira muito continuar vivendo por lá, preciso amadurecer, crescer. E para isso nenhum lugar é melhor do que aqui.

Ainda não fechei um mês e nunca passei tanto perrengue, tanto desespero. Já me questionei, requestionei, já fundamentei, me convenci. E isso é só o começo. Daqui a pouco começa a parte mais difícil: viver, morar e trabalhar aqui.

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