23 de março de 2013

E se?

Uma frase martelou minha cabeça um dia voltando pra casa depois do trabalho: e se dinheiro não fosse importante? Quer dizer, não pensei em viver em uma sociedade sem moeda, mas sim o que eu queria realmente fazer se eu não focasse apenas no salário no fim do mês. Essa pergunta sempre está ali como a tal da pulga atrás da orelha (não que eu tenha pulga!), mas pela primeira vez eu consegui estruturar algo que seria ao me os possível.

Bem, eu teria um bistrô, esquema dois pratos por dia, alguns bolos, tortas, salgados, café tirado na hora, sucos naturais, chás a granel. Aliás, chá seria uma grande coisa, já que ando viciado. Eu aprenderia a fazer misturas, a entender de chá preto, chá verde, misturaria com umas ervas brasileiras, uns mates, infusões, plantas de norte a sul, colocaria chá nos bolos e até nas receitas dos pratos. Teria opções pra quem tem restrições alimentares, aliás eu teria de pesquisar mais sobre isso. Comida gostosa, saudável sem ser chata.

E o ambiente não seria arrogante ou pretensioso. Faria com cara de antigo, mas sem ser vintage-fofinho. Antigo com cara de feito pra durar. Faria um clima meio escuro, mas aconchegante, com cara de que sempre existiu naquele lugar,.

O mais importante é que não seria pretensioso. E eu não enganaria meus clientes servindo coisas que eles poderia facilmente fazer em casa. Eu só faria comidas e bebidas que surpreendessem as pessoas de alguma forma positiva. Estou cansado de pagar caro pra comer algo que eu faria melhor na minha casa. E, claro, não cobraria um preço exorbitante.

Venderia alguns livros legais, pouca coisa. Talvez eu aprendesse a fazer chocolate caseiro, sem ser essas barras cheias de açúcar e gordura hidrogenada. E teria umas cervejas gostosas, diferentes.

A linguagem gráfica com cara de carimbo, lambe-lambe, com aquelas falhas de impressão. Com muito papel cru, daqueles usados antigamente nos embrulhos. E cordinhas de sisal. E letra cursiva ou inspirada nas revistas antigas como Cruzeiro. E seria bem brasileiro e urbano, sem ser caricato. Algo meio samba antigo, meio música de rádio velho, meio no espírito de mesmo nas crises econômicas e planos furados as pessoas sempre deram um jeito de se virar e se divertir.

Talvez nunca saia do papel, mas pela primeira vez pensei nisso de uma forma mais estruturada, sem ficar tão com cara de impossível.



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