13 de abril de 2015

Molhar-se faz parte da vida

Viver um dia após o outro tem me deixado completamente desconectado de mim mesmo. Eu não tenho conseguido fazer nenhum plano para nada, seja para coisas simples como emegracer ou para mais complexos como mudar de trabalho.

Minha vida tem sido medíocre desde a volta para Brasília. O que parecia ser uma chance para me reinventar, virou uma prisão com as portas abertas, mas que não consigo sair.

Pensei em fazer mais uma pós, tentar um mestrado, estudar para um concurso, mas estou eternamente em uma estado de falta de motivação. Minhas únicas vontade são ler livros de literatura, comer besteiras, andar de bicicleta e assistir televisão.

Tem três anos desde o dia que peguei o diploma da minha pós e desde então nunca mais estudei. Nada. Não sei para que rumo seguir, não sei o que quero fazer, não sei qual trabalho ou curso procurar. E sinto que posso ficar nessa situação por anos.

Parece tão simples me matricular em um curso. Ok, o meu salário não é lá essas coisas, mas se eu apertar um pouco sobra o dinheiro da mensalidade. E o mestrado é de graça. Uma discipliana como aluno especial é bem barato. A questão é que não consigo me motivar.

Não tenho interesse para nada, estou sempre cansado e com sono. E as horas durante o dia demoram uma eternidade para passar. E de noite voam.

Hoje fez três meses que voltei ao meu trabalho antigo. E eu preciso dar um rumo para minha vida. Sempre interpretei como um passo para trás para dar dois pra frente. Mas ficar nessa indefinição tem me sufocado. Parece que estou em um  eterno moonwalk do Michal Jackson e ando sempre para trás. Preciso de algo para me trazer alegria. Preciso de um projeto. Preciso criar.

Ok, vamos lá. O que preciso fazer? Atividade física. Correr e caminhar já é um bom começo. Cozinhar mais em casa para me alimentar direito. Filé de frango, carne de panela, coisas assim, nada muito elaborado. Ler algums textos que me acrescentem e me ajudem. Deixar as redes sociais de lado. Criar mais, tirar mais fotos, escrever mais, passear, arejar a cabeça. Rir.

E do que eu gosto? Afinal de contas estou completamente desconectado de quem eu era/sou, né? Eu gosto de tirar fotos.  Gosto de ler, pesquisar, ouvir música e podcasts, escrever, cozinhar, ir a exposições de arte, ir ao cinema, ao teatro. Gosto de ler jornais e feeds. Gosto de andar de bicicleta, andar a pé, viajar. Gosto de ir a restaurantes e lanchonetes. Ok, não enxergo nada disso como um possível rumo para uma profissão.
Mas o que todas essas coisas tem em comum? Tudo isso tem a ver com criatividade, eu sei. E talvez não criar nada, não ser criativo, tem me causado tanta angústia. E não enxergar um crescimento na minha vida tem me esmagado.
Eu não tenho medo de trabalhar, mas preciso acreditar nesse trabalho. E não acredito que ficarei muito tempo por aqui. Acho pequeno para mim. Não me inspira. É só um quebra-galho até eu arranjar outro emprego. Mas esse outro emprego tem demorado tanto.

Então vamos lá. Uma coisa de cada vez. Vou tentar, ou melhor, vou sair desse marasmo e vou começar a fazer pequenas coisas. Correr depois do trabalho já ajuda (antes do trabalho não dou conta). E vou pesquisar algumas receitas para voltar a cozinhar. E tentar criar algo, seja um desenho, seja uma foto, seja um projeto.

Vou começar pequeno. Três tarefas para hoje: correr, pesquisar receitas e criar algo. Bora! Molhar-se faz parte da vida!

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