17 de setembro de 2017

Patagônia

Eu nunca tinha visto neve na vida, quer dizer só naqueles congeladores que não eram Frost-Free. Para quem mora num país que a temperatura quase sempre é quente, ver neve é quase como ver algo místico. Quando vimos um pedacinho de neve em um passeio de ônibus por um lago patagónico eu já fiquei encantado, mas o impacto foi gigantesco na hora que sai do teleférico na estação de ski (aqui as estações chamam 'cerro'). Aquela infinidade de tons de branco e azul foi algo inédito pra mim. E ver que as pessoas agiam quase como se estivessem na praia deixou tudo ainda mais mágico. Tinha gente bebendo cerveja e comendo churrasco, gente fazendo piquenique, gente deitada em espreguiçadeiras. E aquele maravilhoso barulho dos esquis e snowboards deslizando pela neve. E a roupa de neve é um caso a parte. Ela fica estranha no corpo, mas aquece e não deixa a gente ficar molhado.

É engraçado que tudo isso fica tão perto do Brasil (mas tão longe por causa do tanto de voos que a gente precisa pegar pra chegar até aqui! Na ida foi BSB-GRU, GRU-AEP, AEP-BAR, mas a volta foi EZE-BSB direto, pois ficamos um dias em Buenos Aires) E então perto de Brasília tem esse lugar tão maravilhoso chamado Patagônia. Para todo lugar que se olha tem montanhas com picos nevados, tem lagos com águas tão calmas e cores de aquarela, tem chocolates por todos os lados e muitos letreiros em português e pessoas dispostas a falar portunhol. E chegamos aqui por causa de uma promoção de passagens aéreas, não foi nada muito planejado. Aliás, quando a gente ouvia falar de Bariloche vinha sempre aquela ideia de coisa chic no Brasil na década de oitenta e noventa, mas meio datada agora, quando na verdade é esse lugar maravilhoso. Não sei porque temos esse costume de diminuir tudo aqui da América Latina, como se o Brasil não fizesse parte daqui. A gente é latino também e que bom que somos. Quero voltar muitas vezes aqui, quero aprender a esquiar, quero mais neve!! E quero mais latinidade!

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