3 de fevereiro de 2023

Já é carnaval



Eu passei minha vida quase toda sem gostar do carnaval. Gostava do feriado, dos vários dias sem escola, mas não lembro de ir em bailes ou blocos, no máximo assistir a algum desfile na televisão. Não me lembro de fantasias na infância, festas ou matinês. E então em São Paulo, um dos últimos lugares em que esperava encontrar algum carnaval, fui no meu primeiro bloco de rua. Lembro que estávamos na nossa casa e de repente lá longe um barulho e música. E então decidimos ir no bloco com a roupa de casa mesmo e nos divertimos. Lembro de irmos em blocos com poucas pessoas também, praticamente sem estrutura, passear pelas ruas e cantar músicas antigas de carnaval. E Brasília tinha sempre os blocos antigos e decadentes, então há uns dez anos chegaram blocos novos e uma vontade de curtir o carnaval aqui, sem viajar. De repente a gente começou a ir a armarinhos e preparar fantasias, pensar no que usar em cada um dos dias, pensar no carrinho de feira com bolsa térmica pra levar cerveja e voltar para casa com os pés doloridos e com purpurina em cada centímetro de pele e do cabelo. Mesmo depois de muito banho ainda encontrar brilhos e confetes na cama e pela casa, a dor no corpo, o zumbido no ouvido e a ressaca. Então chegou a pandemia. Aliás, em 2020 ainda teve um pouco de carnaval, já com piada do "beijei um italiano (e provavelmente peguei COVID)". Nem dava para imaginar que poucas semanas após o carnaval tudo seria interrompido e a vida como um todo seria modificada para sempre. Agora, após quase três anos, vamos ter um carnaval mais ou menos como era antigamente. Se bem que já não somos como antigamente e ainda não conseguimos entender exatamente o que tem acontecido. E o primeiro carnaval após esse desgoverno que finalmente acabou. 

Sábado passado teve uma festa de carnaval. Festa privada, higienizada, mas de carnaval. Com Silva e Liniker (aliás, adoro o Silva, mas seria ótimo um Bloco da Liniker!). Músicas antigas tocadas ao vivo. Dançar. Há quanto tempo não dançava, nem me lembro quando dancei e me diverti em uma festa. Abraçar amigos, rir, conversar. Beber cerveja cara, mas gelada. Enfrentar filas. Ainda não estou com vontade de fantasias, nem nada muito elaborado, mas sei que o melhor é deixar acontecer naturalmente, como diz aquele pagodinho dos anos 2000. Final de semana tem mais pré-carnaval...

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