2 de novembro de 2023

Memórias sensoriais e temporais



Um jeito de prolongar a viagem é comprar um chá ou uma bebida. Trouxe uma caixa de chá de coca lá de Cusco. Finalmente criei coragem para abrir. Tomei chá de coca assim que chegamos no hotel para ajudar com o mal de altitude. Mate de coca. Eu achei que era erva mate com coca, mas não, mate é um sinônimo para chá. E todos os dias no café da manhã tinha uma chaleira elétrica com mate de coca me ajudava a acordar. 

Preparei meu chá, deixei infusionar por três minutos e tomei. O chá de coca não tem um gosto muito específico, parece um pouco o chá verde. É um gosto herbal, mas que eu adoro. E já me lembrou na hora das alpacas, das ruínas incas e de tudo mais. Ainda não inventarem o teletransporte ou a viagem no tempo, mas um perfume, uma comida ou um simples chá me ajudam um pouco a viajar no espaço e no tempo.

O dia de finados me deixa um pouco pensativo, acho importante esse recolhimento. Um dia mais para dentro para pensar na própria mortalidade e também nos que já foram. É um dia que sempre fica nublado e chuvoso por aqui. E eu me senti assim também. O chá me deu um pequeno lampejo de alegria no meio da melancolia. Mas é importante sentir tudo, inclusive a melancolia.

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