5 de março de 2013

Adultecer

Eu nunca me vi como um adulto, mas também não acho que eu seja adolescente. Talvez existam mais gradações entre essas duas categorias.

Bem, pago minhas contas, trabalho, moro a mais de mil quilômetros dos meus pais, divido um apartamento alugado com meu namorado. Mas isso não faz de mim um adulto. Aliás, para mim um adulto é alguém chato, sério e ocupado. Alguém que só fala de política, das cotações da bolsa, de concursos, de crimes e de futebol, do financiamento do apartamento, de trocar de carro e dos restaurantes e vinhos chics.

Eu tenho quase trinta anos e não me considero adulto. Eu sou outra coisa. Acho que não existe um marco no qual a partir daquele momento você não é mais isso, mas sim aquilo. Eu vejo meu amadurecimento, percebo como tenho atitudes diferentes das que eu tinha antes, mas mesmo assim não me sinto um adulto.

Mas ainda gosto de assistir besteiras na tv e na internet, ainda tenho ressacas, ainda saio para dançar, ainda uso tênis e camiseta, ainda escuto Smiths.

E talvez isso seja algo bom!

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