10 de março de 2014

Carnavalizar

Não tenho muitas lembranças de carnaval. Tirando uma ou outra foto com fantasia de Zorro ou com máscaras feitas nas aulas de arte do colégio. Bem, acho que o carnaval não foi algo tão presente na minha vida.

Não fui um adolescente carnavalesco. Aliás, acho que quando era mais novo não era legal gostar de carnaval em Brasília. Os dias de folia eram basicamente para jogar videogame até mais tarde, comendo pizza com refrigerante. Além de comer churrasco, tomar banho de piscina, essas coisas.

Depois lá pelos meus vinte e poucos anos, carnaval era para se curtir festas de rock e beber cerveja. Nada de folia.

De uns anos pra cá descobri que gosto de carnaval. Desses carnavais de bloquinho de rua, marchinhas, pessoas com fantasias toscas, latinhas de cerveja e mistura de pessoas. De ficar com as pernas doendo de dançar atrás do bloco, de ouvir um milhão de vezes as marchinhas de sempre, de encontrar gente na rua, de rir com as pessoas, tirar fotos com gente que nunca vi na vida, de dançar em lugares públicos.

Eu não sabia que carnaval era isso. Para mim era apenas aquele desfile de escolas de samba com carros alegóricos malucos, e mulheres sambando com muitas penas e pouca roupa, além de músicas intermináveis.

Carnaval é rua. É tosquice. É risada. São aquelas marchinhas antigas que o Silvio Santos cantava no SBT. É mistura. É gente beijando na boca no meio da rua. É ver que duas cangas viraram tantas fantasias diferentes nesse carnaval de São Paulo.

Depois de passar alguns carnavais de rua eu entendi o que faz a gente ser brasileiro. É se divertir assim com quase nada. É juntar gente que nunca se viu antes e curtir na rua. É se divertir assim sem se preocupar com o que vão pensar.

Eu quero é botar meu bloco na rua!

Nenhum comentário:

Postar um comentário