12 de março de 2014

Não dá pra saber

Acostumei com a cadência do cotidiano. Pode não ser o dia-a-dia mais confortável, mas é previsível. Tudo ocorre mais ou menos como o esperado. Trabalho, casa, metrô, livro, tevê.

O estranho é que sempre pode acontecer algo inesperado. Em um dia posso ser atropelado. Outro dia posso encontrar um amigo na rua. No outro posso decidir não trabalhar e vou pro clube.

Hoje cheguei no trabalho como todo dia. "Você pode ir a Brasília fazer o protocolo de uma petição?". Claro, moleza. E ainda poderia passar a noite na casa dos meus pais.

Mas nada é de graça. Passei uma das piores tardes da minha vida reunindo documentos pra um trabalho que nem entendi direito. Ouvi gritos de pessoas que não trabalham comigo. Corri pra um órgão administrativo que nunca imaginei que existia. Fiz o protocolo faltando menos de um minuto pro prazo, depois de correr, cair, derrubar papeis e tudo que uma comédia pastelão pede.

Mas só pensava que dali a pouco veria meus pais. Abraçaria eles, jantaria uma comida gostosa feita pela minha mãe. Conversaria besteiras e iria dormir em Brasília, algo que nunca imaginaria possível na hora que acordei em São Paulo.

Então percebi que (01) a gente não tem quase nenhum controle sobre a vida. Tudo pode acontecer entre a hora que a gente acorda e a hora que se vai dormir.

E (02) nada é tão simples como parece.

E (03) apesar de acontecerem coisas péssimas, sempre é possível aproveitar algo de bom de tudo o que rolou.

Vou tentar não me arrastar tanto na vida. Tanta coisa pode acontecer entre a hora que a gente nasce ate a hora que o caixão se fecha. E não dá pra saber quando essa tampa vai fechar.

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