2 de março de 2015

Charada

No começo de 2012, há quase três anos, eu havia pedido uma licença sem salário do meu emprego e tirei uma semana de folga antes de embarcar para São Paulo.

Lembro que fui quase todos os dias à Água Mineral, praticamente vazia, para ler "Cem Anos de Solidão", do García Marquez, nadar e pensar no que faria nos próximos meses. Além das expectativas de morar em uma nova cidade, minha meta era conseguir um emprego na área ambiental de algum escritório de advocacia, mesmo sem ter experiência profissional para isso. Não tinha angústia, nem nada. Simples assim.

Semana passada voltei para o mesmo lugar na Água Mineral, quase como para encerrar um ciclo. Consegui emprego em um grande escritório e fiquei por lá o tempo que morei em São Paulo. Mas três anos depois voltei para Brasília e para o mesmo emprego de 2012.

Diferente da época pré-SP, eu não tenho uma meta específica. Ainda não sei o que quero com a volta, além de fatores gerais como ficar mais perto da minha família e ter mais qualidade de vida.

Passar em outro concurso? Fazer outro curso? Fazer mestrado? Abrir uma empresa? Montar uma start-up? Criar um app?

Uma das metas específica é comer de forma mais saudável e fazer exercícios. Eu já não sou mais tão jovem e tenho abusado de frituras e açúcar. A barriga também não tem ajudado. E, claro, comprar uma bicicleta.

Agora na parte profissional, não tenho ideia. Não estou motivado no meu novo/velho trabalho. E não sei que rumo seguir. É uma situação cômoda, pois recebo um salário que paga minhas contas e consigo voltar pra casa em um horário bom, com uma carga de trabalho razoável.

Mas o que eu quero fazer profissionalmente? O que quero fazer nos próximos três anos?

Tento não me angustiar muito com isso. Continuo vivendo e procuro prestar atenção nos sinais, no acaso. Mas nada tem me chamado atenção. Não tenho mais paixões, não tenho mais ideias. Até inventei um cheesecake de cupuaçu que e vendi para um restaurante, mas nem isso me fez ter vontade de investir nesse ramo.

Vou continuar pesquisando, meditando e refletindo. Uma hora descubro a resposta da charada.

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