9 de agosto de 2023

Quase metade



Estar perto dos quarenta tem me feito pensar no envelhecimento. O tempo passa muito ligeiro e mesmo os marcos temporais parecem que não aconteceram há tanto tempo. Escola, formatura, primeiro emprego, casamento, todos parecem que aconteceram outro dia. E, se tudo der certo, talvez eu esteja na metade da minha vida. Não sei como vai ser a próxima metade, mas tenho gostado de como levei a vida e como fui levado também. Gosto de quem eu sou hoje. Aliás, acho que demorei a gostar de mim, mas nos últimos anos gosto de quem eu vejo no espelho e consigo deitar tranquilo minha cabeça no travesseiro e pensar nas escolhas que fiz e que deixei de fazer. Penso nos livros que vou ler, nos filmes que vou ver, nos shows que vou curtir, nos países e lugares que vou conhecer, nas experiências que vou ter, nos momentos com minha família e amigos. Mesmo com uma perspectiva ambiental, econômica e política tão catastrófica para os próximos anos, espero ter qualidade de vida. Espero rir muito, comer coisas gostosas e entender cada vez mais, assim, no intransitivo mesmo, entender. Simplesmente entender. E aprender.

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