14 de fevereiro de 2012
Vícios
Todo mundo tem um vício em algo. Eu gosto de chá mate gelado com limão, tomo quase todos os dias. Aliás, chás em geral, quentes ou gelados. Mas percebi que estava realmente viciado quando senti uma dor nas costas - provavelmente de estresse, segundo o médico - e me prescreveram um relaxante muscular. Dormir sem sentir aquela dor chata foi uma das melhores sensações. E então sempre que eu estava meio tenso, antes de dormir tomava um comprimido. Mas parei com isso, por mais que até hoje sinta muita vontade de tomar um relaxante muscular de vez em quando. Parei por achar estranha essa vontade de tomar um comprimido. Bem, melhor ficar só no meu vício de chá mate gelado com limão!
12 de fevereiro de 2012
Encaixote
Minha vida cabe em caixas. Bem, claro que não cabe, mas esse encaixote me fez perceber que não se precisa de muita coisa. Ou melhor, claro que se precisa, mas não dá pra levar tudo. Tendo essa limitação em mente, foi difícil escolher os livros, os discos, os filmes e as coisas imprescindíveis. Então com esse limitador - e põe limitador nisso - tive de escolher o essencial do essencial. Mesmo assim ainda levo uma ou outra coisa inútil, como por exemplo a televisão. Não gosto de assistir, mas ela foi cara (apesar de ser uma das mais baratas). E bem, vai que ela uma hora vem a calhar? Coube numa mala grande, junto com isopor e um edredon antigo pra dar uma amortecida. Espero que chegue!
Engraçado é que deixar pra trás coisas que guardo ainda da adolescência não tem sido tão doloroso quanto achei que seria. Sinto mais leve. Bem, até a próxima mudança, quando terei juntado de novo um monte de tranqueiras.
Engraçado é que deixar pra trás coisas que guardo ainda da adolescência não tem sido tão doloroso quanto achei que seria. Sinto mais leve. Bem, até a próxima mudança, quando terei juntado de novo um monte de tranqueiras.
2 de fevereiro de 2012
Viajero
Eu sempre gostei de viajar. Quando eu era pequeno, a cada semestre meus pais enchiam o carro de coisas, colocavam eu e meus irmãos e viajávamos dois ou três dias de carro. Conhecemos o nordeste pra visitar uma parte da família, íamos para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e até Paraná. Eu sempre adorei essa viagens de carro, pois era sempre ótimo reparar a paisagem mudar pelas janelas. E foram rodovias esburacadas, estradas de terra, atoleiros, hotéis de beira de estrada. E apesar de curtir essas viagens, eu sempre enjoava muito. Então foram muitas paradas para vomitar! Faz muito tempo que não viajo de carro, a maioria das vezes fui de avião. Horas de espera, voos atrasados e de vez em quando um enjôo quando acontece uma turbulência mais forte. Se um dia eu ganhar muito dinheiro, não quero carrões ou mansões. Quero viajar pra lugares distantes, conhecer a Índia, a Rússia, as Ilhas Maurício, Galápagos, Copenhague, Japão, Peru, Groelândia, Islândia e vários outros lugares. Se eu pudesse eu só viajava!
1 de fevereiro de 2012
De volta ao tronco, com frio na barriga
Voltar ao batente não tem sido fácil. Ainda mais agora que foram dados os primeiros passos para a mudança -aliás, eu não lembro de ter sentido tanto frio na barriga. Mas vou trocar tudo o que é certo profissionalmente, por algo completamente novo para mim, o que pode ser um movimento certeiro, mas pode dar tudo errado, daí o danado do frio na barriga ou das borboletas no estômago.
Ao mesmo tempo, o que me tranquiliza é que sempre posso apertar o botão "desfazer" e voltar para cá, mantendo meu emprego.
A verdade é que eu ainda não me conheço, pois achava que era alguém que gostava de estabilidade e previsibilidade, mas percebo que curto um pouco de aventura, de incerteza, de renovação.
Dizem que alguns períodos na vida são mortos, quer dizer, aparentemente inúteis, mas eles servem para ligar dois períodos mais vivos, mais intensos. Vamos ver o que acontece!
Ao mesmo tempo, o que me tranquiliza é que sempre posso apertar o botão "desfazer" e voltar para cá, mantendo meu emprego.
A verdade é que eu ainda não me conheço, pois achava que era alguém que gostava de estabilidade e previsibilidade, mas percebo que curto um pouco de aventura, de incerteza, de renovação.
Dizem que alguns períodos na vida são mortos, quer dizer, aparentemente inúteis, mas eles servem para ligar dois períodos mais vivos, mais intensos. Vamos ver o que acontece!
31 de janeiro de 2012
Querer
Eu tive a sensação de ter perdido meu caminho há alguns anos. Ainda não sei pra onde ir, sei que quero chegar em um ponto em que eu tenha um emprego interessante, talvez na área de direito ambiental, talvez direito de família. Não preciso ganhar muito dinheiro, o suficiente para pagar o aluguel de um pequeno apartamento em uma parte tranqüila de uma cidade que não seja a minha. Quero me sentir livre, sem tantas amarras a uma cidade ou a um emprego. Quero morar um tempo no exterior, por mais que seja sofrido, mas também viajar de férias ou a trabalho para diversos lugares. Quem sabe em um país da América Latina, da Europa ou mesmo na Oceania? Quero uma vida mais saudável com menos carro, mais comida natural e mais exercícios físicos. Quero mais tranquilidade para tomar minhas decisões. E principalmente, não quero desistir se todo esse querer, por mais difícil que seja seguir nesse direcionamento, por mais que seja mais prático e cômodo continuar no modelo de vida que já levo. Quero mudar, mas não quero deixar minha essência.
30 de janeiro de 2012
Hasta luego, Argentina
Engraçado como um país tão perto pode ser tão diferente e tão distante. Não sei porque demorei tanto tempo para vir para cá, mas de qualquer forma, agora que conheci, quero voltar muitas vezes! É um país com tantas coisas parecidas com o Brasil, como a desorganização (os voos quase sempre atrasam), a descontração e a mistura. Mas também muita diferença, como a limpeza das ruas, a segurança para andar a pé de noite, a facilidade de transporte. Nas baladas se tocam muita música em espanhol, as quais quase nunca chegam ao Brasil. Outra coisa que achei interessante é como os argentinos são mais despojados no jeito de se vestir, além de não se preocuparem se estão ou não um pouco acima do peso. Isso se reflete também no modo de ser dos portenhos, o que poder ser visto a princípio como falta de educação para nós brasileiros, pois somos às vezes excessivamente corteses (aquele velho "complexo de vira-latas"?). Mas não se trata de falta de educação, mas sim uma maneira mais simples de se comunicar, utilizando menos palavras, sem tanta leitura extratextual, isto é, sem muito conteúdo subentendido como. E adorei ouvir em todos os lugares um "chao, chicos!" (tenho quase trinta anos e ainda sou "chico"?). Adorei la Argentina! Além disso tudo, há muitos pontos de wifi gratuitos, o que me facilitou muito atualizar o blog. O ruim são os intermináveis atrasos nos aeroportos da Argentina e do Uruguai.
29 de janeiro de 2012
Perrón
Tenho a impressão de que cada portenho tem um cachorro. Há cães em tudo quando é lugar: passeando pelas calçadas, sentados perto das mesas dos donos que tomam café, correndo pelos parques. E, claro, tem cocô de cachorro em todo lugar. Caminhar pela calçada é quase um jogo de escapar doa montinhos!
Verdes Aires
Eu nasci em uma cidade cheia de parques e árvores, mas Buenos Aires chega a ser ainda mais verde. Há parques em quase todas as ruas, desde pequenas praças até bosques e parques enormes e bem cuidados. E as pessoa por aqui sabem curti-los. Sempre tem gente fazendo picnics, tomando sol como se estivesse na praia, correndo, passeando com os cachorros ou apenas lendo o jornal. Isso deixa a cidade mais arejada, sem tanto cimento e concreto por todas as direções. E é legal perceber como não precisa de muito para fazer um parque. E mais fácil ainda aproveitar os parques!
Caminito
Muita gente acha que não vale a pena, mas para mim, El Caminito é um dos passeios mais legais. Eu sei que é apenas uma rua cenográfica num bairro pobre, mas por isso mesmo é interessante. E, claro, as cores, os dançarinos de tango, os souvenirs e o caminho para chegar lá.
La panza
A comida em Buenos Aires é uma delícia. Pedaços enormes, grossos e suculentos de carne por todos os lados! Bife de chorizo, bife ancho, ojo de bife. Tudo incrivelmente macio, mal passado e com pouco tempero. Aliás, acho que usam apenas um pouco de sal grosso. E de acompanhamento, muita batata! Há também diversas padarias e lanchonetes que vendem as famosas empanadas, algo como um pastel assado, geralmente com massa folheada, recheado com carne picante. E, claro, as "medialunas" (croissants). Outra delícia é ter em praticamente toda esquina uma sorveteria. Os "helados" são absolutamente deliciosos, sendo que os mais tradicionais são os de doce de leite granizado. Não tem como não engordar numa viagem pra cá!
Brasil novo rico
A Argentina vivencia uma crise há algum tempo. Mas antes disso era quase a Europa na América. Aliás, uma Itália na América. É um país antigo, com prédios centenários, ruas com muitos anos. É um povo que por mais que viva uma crise, vivenciou uma época de muita bonança. E o Brasil é o novo rico. Aquele que gasta com besteiras depois de tanto minguar na vida. Pra mim essa é a principal diferença entre o Brasil e a Argentina.
Chá argentino
Uma lojinha escondida aqui em Palermo. Centenas de latas enormes de chá, cada um melhor que o outro. E colheres de chá. E tudo no mais tradicional modo de se fazer chá. Essa é a Tealosophy, comandado por Inés Berton. Por mim, comprava um saquinho de cada um. Mas estou feliz com meus dois saquinhos, fora os vários que comprei pra dar de presente! Eu quero um chá gostoso assim no Brasil!
28 de janeiro de 2012
Orquestra Tipica Fernando Fierro
Um pianista, quatro violonistas, um violoncelo, um contrabaixo e um cantor. Tudo isso em um tango sujo, visceral. Um tango que se conecta com o interior de cada um. O melhor tango da minha vida!!!
Cemitério da Recoleta
O cemitério da Recoleta é para mim o mais próximo de uma necrópole. Vários mausoléus, cada um do lado do outro, com caixões visíveis e muitas estátuas mórbidas. E lá está Evita Perón! Quase um labirinto para encontrar esse túmulo, o mais famoso de cemitério. E comparado com os outros mausoléus, Evita está em uma morada muito simples!
El Ateneu
Um teatro antigo, mais ou menos do começo do século passado acabou falindo e os novos donos resolveram manter toda a arquitetura com as abóbadas, as cortinas pesadas de veludo, os camarotes e tudo mais, retirando as cadeiras e colocando estantes cheias de livros em seu lugar. Esse é o El Ateneu Grand Splendid (Santa Fé, 1860), uma das livrarias mais interessantes que eu já fui, provando que é possível inovar sem perder a essência original do lugar. Infelizmente isso é uma raridade, já que é tão comum os antigos cinemas e teatros de rua virarem igrejas, academias, lojas.
A vida chic em Buenos
Assim como o Brasil, a Argentina tem muito contrastes sócioeconômicos. Desde regiões extremamente pobres, até a alta gastronomia. Esses mundos são separados, mas interligados. E é estranho transitar entre esses dois pólos. Por exemplo ir em um restaurante muito chic, desses de menu fechado, sem saber nada, apenas uma dica de uma amiga de amigo. Eu sinceramente prefiro mil vezes uma boa e velha parrilla ou um bife ancho com chimichurri! As coisas mais simples em geral são as mais gostosas!
27 de janeiro de 2012
Antiga
Buenos Aires é muito velha. Eu não sei de quando, mas parece ser muito antiga. Os prédios, os monumentos, as ruas. Se bem que pra mim que fui criado em uma cidade em que a construção mais antiga tem cinqüenta anos, não é preciso ter muitas décadas para que eu ache antigo. De qualquer forma, adoro essa sensação de história, de séculos, de gerações, de gente que construiu sua vida naquelas casas, nas ruas.
26 de janeiro de 2012
Desvios
Meu pai morou aqui na Argentina por alguns anos na década de sessenta. Imagino como seriam as coisas se ele tivesse decidido morar em Buenos Aires. Será que nossa vida seria muito diferente? Os planos econômicos teriam nos afetado muito? Eu leria mais Cortázar? Comeria mais empanadas? Gostaria de futebol? Teria seguido a mesma faculdade e a Pós que fiz? Ia ser ótimo se acontecesse como nos filmes e fosse possível ter uma idéia de como eu seria se tivesse nascido portenho!
25 de janeiro de 2012
Solo
Depois de morar algum tempo sozinho, me acostumei a ter momentos só para mim. Viajando em grupo e ficando quase todos no mesmo apartamento fica difícil me acostumar com tanta gente o tempo todo. Cada um de um jeito, cada um com seu passado, suas necessidades e aspirações. Mas entro no quarto de banho (aqui a privada e o chuveiro ficam em cômodos diferentes), coloco uma música e esqueço de tudo ao meu redor enquanto tomo banho e me arrumo.
Bons Ares
Ainda não dá pra dizer muito de Buenos Aires, mas pelo pouco que vi achei a cidade muito bonita, misturando São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e até Manaus! E o verão faz um calorão de dia, mas de noite venta muito e dá aquele friozinho! Ainda não comi uma parrilla, mas já já ela me aguarda. Ah, o apartamento é ótimo, parece uma casa de praia. Tem até um terraço!
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