6 de janeiro de 2012

Amigdale

E da noite pro dia acordo sem garganta. Uma bola de pus e dor no seu lugar. E sem conseguir tomar nem água ou respirar. E podendo fritar um ovo na testa. Me senti instantaneamente transformado em um velhinho de 102 anos. Sorte que eu não estava sozinho! E fui cuidado, paparicado e medicado com antibiótico, antiinflamatório, antipirético e mais outros vários "anti". Eu só quero minha voz de volta. E minha garganta do jeito que ela era!

4 de janeiro de 2012

Seguir

Acordar, arrumar tudo, lavar os lençóis, as roupas e tudo, aproveitar o sol que depois de tanto tempo resolveu aparecer. Tenho dias que me sinto uma dona-de-casa daquelas de antigamente, só me falta colocar um lenço na cabeça, um avental e sair limpando tudo pelo caminho!

3 de janeiro de 2012

Caminho

Eu nunca me senti tão maduro. Nesse último ano escolhi fazer algumas coisas para o meu bem-estar. Nutricionista, terapeuta, academia, Pós-graduação. Foi a primeira vez que morei sozinho, que fiz minha comida, tive meus horários. Foi a única vez que tirei um dia inteiro pra ficar triste e não fazer nada. Aprendi a conviver com meu silêncio, com minhas vontades, com minha bagunça (e com a arrumação dessa bagunça). E tudo isso me serviu para me preparar para a grande mudança da minha vida até agora: a mudança de cidade, de trabalho, o desapego e o amadurecimento. Tem dias que acordo morrendo de medo. Mas tem outros que sinto que esse é o passo mais certo que devo tomar. De qualquer forma o frio na barriga é uma constante nesses dias, mesmo nessas férias tranquilas em que dormimos até mais tarde, assistimos filmes, tiramos cochilos de tarde, passeamos pela cidade. O frio na barriga talvez nunca passe, talvez seja o que me faça querer mudar sempre...

1 de janeiro de 2012

Recomeço

Como começar? O ano ainda está em seu primeiro dia e resolvi não fazer nada, nem abri a porta. Tudo o que vi do novo ano foi o sol, as pessoas lá embaixo, uma chuva leve. Havíamos preparado algumas coisas para comer hoje, já que tudo estava fechado. Dormi, dormi muito. E amanhã quero recomeçar minha vida saudável.

31 de dezembro de 2011

Trinta dias!

Eu nunca tirei trinta dias de férias. Quer dizer, na época da faculdade eram três meses. Mas, né? Bem, já foi uma semana. Alias, tem sido perfeito!

Esse tal de onze

E finalmente o ano chegou ao final. E é muito bom sentir o amadurecimento. O ano em que morei só, em que terminei a Pós, em que fiz novos amigos e em que aprofundei a amizade com as amiga, o ano em briguei, fiz as pazes, amei loucamente, fui no hospital, vi vidros quebraram, vi pontos, fiz malas, viajei, conheci São Paulo. Esse ano foi foda, mas foi muito bom. E to morrendo de frio na barriga pro próximo. Mas sei que vai ser ainda melhor!

23 de dezembro de 2011

Filho

Tinha muito tempo que eu não conversava com meu pai, quer dizer, mais do que um "oi, tudo bem? Como vão as coisas?". Resolvi puxar assunto com ele, como as plantas do jardim, que ele sempre cuida tão bem. E então ele me chamava pra ver uma que estava dando flor, outra que havia crescido muito, outra que estava quase morta e ele conseguiu fazê-la ficar forte. Quando percebi já estava comendo jabuticaba e pitanga, colhidas ali na hora. Eu me senti como se tivesse uns cinco anos de idade e vi como essas pequenas coisas são importantes para o meu pai. A jardinagem, a religião, as histórias de quando ele era pequeno e as viagens ao exterior. Sempre penso como vai ser difícil quando ele se for. A gente tem quase cinqüenta anos de diferença e mesmo assim nos damos bem, apesar das diferenças de ponto-de-vista. Ai, pai...

21 de dezembro de 2011

Natalino

Não está fácil evitar o mau humor nessa época de fim de ano. As pressões, as filas, os pedintes, as caixinhas dos flanelinhas, porteiros e entregadores, os presentes impessoais, a correria pra terminar tudo antes do recesso e o suposto clima de amizade e confraternização que invade todos os ambientes. A decoração brega por todos os lados também não facilita! O que me salva são as rabanadas, as desculpas pra tomar espumante sempre que possível e os vários dias de recesso. Pra mim Natal é isso: comer rabanada, beber espumante e dormir até mais tarde!

16 de dezembro de 2011

Game over

Não entendo muito esses jogos novos. Tudo cheio de efeitos especiais, roteiros elaborados, continuações, modos online. Eu fiquei parado no tempo, pois gosto mesmo da simplicidade, das histórias meio idiotas, da ingenuidade. Adoro os jogos antigos de quando eu era pequeno, de pegar moedinhas, pular em cima dos inimigos, escapar de buracos, salvar a princesa, de preencher os gráficos ruins com imaginação. E de jogar rapidinho, coisas de alguns minutos, de morrer no jogo e cansar, fazer outra coisa.

Eu já me sinto um velho ao saber que alguns dos jogos que mais curto tem mais de vinte anos.

E nunca chega o game over...

15 de dezembro de 2011

Baguncinha

Tenho aprendido a delícia que é poder deixar uma baguncinha pela casa. Eu moro só, não tenho empregada e sempre fui fanático por limpeza. Mas ultimamente resolvi curtir um pouco mais a preguiça e deixar umas canecas, copos e talheres sujos por um tempo. Antes tudo funcionava na base do sujou, lavou.

Nesse ano é a primeira vez que moro sozinho mesmo e foi quando eu me senti solitário, em que o silêncio, a calmaria e meu apartamento sempre limpo e impecável começaram a me incomodar.

E foi importante vivenciar tudo isso e perceber que eu dou conta. Que consigo viver sozinho e o apartamento não pegou fogo e eu não me joguei da janela. E nem fui encontrado duas semanas depois em avançado estado de decomposição (um dos meus maiores medos na velhice!).

Ok, ainda tenho mais alguns meses de solitude, mas vou dar conta! E cada vez com mais baguncinhas!

1 de dezembro de 2011

Existe amor em SP

São Paulo me ensinou muitas coisas. Resolvi passar duas semanas por lá, conhecer, ter uma ideia de como funciona a cidade e, claro, fazer uma visita especial. De dia eu dava uma volta pela cidade, de noite nos encontrávamos - aliás, termos de novo um cotidiano juntos foi algo que eu estava precisando.

Durante minhas andanças diurnas conheci tanta coisa. Vi várias exposições, fui a várias lojas, conheci o COPAN, o Edifício Itália, o MASP, o MAM, o MAC, a Choque Cultural, o Mercado Municipal, o Museu da Língua Portugues, a Pinacoteca. Andei várias vezes pela Avenida Paulista, pelo Trianon, pela Augusta. E assim a cidade foi deixando de ser um monstro pra se tornar cada vez mais, sei lá, aconchegante. Andar no metrô, sair, tomar um mate, tomar um chá de 500mL naquela cafeteria famosa, tudo isso foi se tornando mais familiar. E quem sabe um dia vira minha casa?

E São Paulo é realmente cheia de contrastes. Ao mesmo tempo que tem um mar de edifícios, também há muito verde pela cidade.


19 de novembro de 2011

Robot de cozinha

Fui dar uma pesquisada em uns blog de cozinha feitos lá em Portugal e adorei os termos que eles usam por lá. Claro, tive de dar uma pesquisada na busca de imagens do Google pra poder entender a maioria. Mas olha que simpático saber que nossa batedeira é chamada de robot de cozinha. E eu achando que era um aparelho super moderno que cozinha uns quitutes e ainda limpa tudo. E a varinha mágica? Bem, não tem nada de magia ou pó de pirlimpimpim. É apenas o bom e velho mixer! Sem contar diversos outros como fiambre (presunto), frigorífico (geladeira), frango do campo (galinha caipira), curgete (abobrinha), natas (creme de leite) e o pequeno almoço (café da manhã). Eu adoro o português falado lá em Portugal, mas cada vez mais percebo que o que a gente fala aqui é outra língua, mais suave, mais misturada, mais brasileira mesmo!

15 de novembro de 2011

La musique classique

Quando eu era pequena detestava ir a concertos. Achava aquilo tudo um saco. E detestava quando meu pai colocava aquela rádio que só tocava música clássica. Mas acho que esse gosto é algo que vem com o tempo. Esses dias a orquestra sinfônica de São Paulo fez um tour aqui pela cidade e resolvi conferir como é a apresentação de uma orquestra. Pessoas arrumadas, teatro lotado, um maestro frenético e um primeiro violonista absolutamente incrível. O mais legal foi perceber que o concerto, apesar de parecer algo formal e sisudo, teve vários momentos de descontração, como o sambinha que tocaram no fim do segundo ato. E é muita energia daquele monte de instrumentos juntos! E agora de vez em quando me pego ouvindo umas rádios de internet que só tocam música clássica. Quem diria!

12 de novembro de 2011

Overdose de arte

Estava meio à toa em casa no fim de semana e resolvi então me encher de arte. Comecei com uma exposição de fotografias perto de casa e quando vi já estava do outro lado da cidade vendo xilogravuras, esculturas e colagens. Vi peças publicitárias ganhadoras d prêmios, reconstituição de técnicas de tortura, documentário sobre um carrapato que moído vira um dos corantes mais usados pela indústria alimentícia. Cheguei em casa zonzo de tanta coisa que vi, mas percebi que é fácil dar uma conferida em trabalhos artísticos sem gastar nada! E fiquei tão inspirado para fazer algo, seja foto, colagem, mas sempre tem aquela velha desculpa da falta de tempo! Droga!

29 de outubro de 2011

Flores secas

Cada vez tenho mais vontade de ficar em casa. E percebi que gosto dos detalhes da vida nesse apartamento, como a maneira que o sol entra pelas janelas, o jeito meio antigo daqui, o nome brega, o tanto de gente perdida nesses quarto-e-sala. E olho as flores já meio murchas, meio mortas, meio secas, meio podres. Comprei-as há uma semana e meia mais ou menos. Amanhã elas vão pro lixo, junto com outras tranqueiras...

26 de outubro de 2011

Passarinho

Resolvi comprar uma dessas canetas de metal, aliás, nem é uma caneta, é só um pedaço de metal com uma borrachinha na ponta. No começo achei meio estranho, mas quem sabe agora melhoro meus desenhos. Errr, acho que não, mas de qualquer forma é um bom passatempo! Esse é meu primeiro desenho eletrônico. Usei um programa de sketch, apanhei um bocado pelo tanto de opção de lápis e canetas, mas já me acostumei um pouco. Mais um passarinho (tenho quatro na minha pele, se bem que um deles é uma ave de rapina!).

Engov

Pareceu uma ressaca acordar depois de tantos dias bons ao seu lado. Fazia tempo que eu não me sentia tão ruim assim. Mas resolvi aguentar essas horas intermináveis no trabalho e arranjar força pra ir correr. E depois da corrida tudo pareceu um pouco melhor... E agora já penso nas tabelas, mailings e na preparação para as novas fases. Acho que essas ressacas fazem parte, o problema é que o engov nem sempre é fácil de encontrar.

21 de outubro de 2011

Frenético

A vida estava tão certinha: exercícios, alimentação balanceada, horas regulares de sono. Mas não dá pra seguir assim o tempo todo. É preciso um pouco de descontração! Estou aqui morrendo de dor de cabeça, azia e não dormi direito. E estou tão feliz de sair um pouco desse meu ritmo mecânico… Então acordei, olhei no relógio, mandei um email e resolvi curtir você mais um pouco.

20 de outubro de 2011

Em casa

E de repente é como se fosse de novo ano passado ou retrasado, a gente ali junto, dormindo, acordando, falando besteira. Aliás, já no aeroporto eu sinto como se fosse antigamente, como se fosse a volta de uma viagem a trabalho saindo de Brasília — e não uma viagem a trabalho a Brasília. Mas ao mesmo tempo tem sido essencial esse tempo em que estamos morando em cidades diferentes, pois é uma forma de conhecermos individualmente, de perceber que conseguimos nos virar sozinhos. E agora já sinto o frio na barriga com a proximidade do ano que vem. E que bom que tem esse frio na barriga! Mas por enquanto só conto as horas pra chegar de noite e estarmos juntos!

16 de outubro de 2011

Mudança já

Depois de ver minhas fotos publicadas no "I dig your sole man" (http://www.idigyoursoleman.com/2011/10/brasilia-sydney.html), percebi que preciso mesmo mudar. Perder alguns kilos, mudar de estilo, me vestir melhor. É ótimo poder ter a noção de um olhar externo sobre si mesmo e isso tem me dado muita força pra continuar nessa mudança. E já tem me aparecido alguns resultados!