25 de julho de 2008

No ônibus

Eu tinha esquecido como é gostoso olhar a paisagem segurando sua mão e ouvindo uma música gostosa...

Piri-Piri-Piri

Tudo pronto: algumas roupas, câmera e baterias, uns biscoitos e bolinhos do Shrek numa bolsa, alguns trocados na carteira, e bora lá pra Piri curtir um fim de semana para comemorar e comemorar e comemorar! Impagável foi a cara das pessoas engravatadas quando entrei no elevador aqui do estágio com minha mochila de acampar. E bora lá que já já entro no ônibus!

24 de julho de 2008

Estranho é gostar tanto

É difícil, eu sei. Mas chega uma hora que é preciso se despedir. Sei que passamos muitas coisas boas juntos, muitas festas, muitos piqueniques e até mesmo muitas caminhadas nos dias em que o humor não estava dos melhores. Mas não dava mais, abri uma sacola e coloquei meus dois allstar no lixo. Eles já estavam impraticáveis. O bom é que baratinho e logo compro outros!

23 de julho de 2008

Livraiada

Sempre gostei de livros. Acho que não tinha como ser de outra forma, já que na casa dos meus pais há mais livros do que qualquer outra coisa. Minha mãe é uma leitora compulsiva, pode gastar litros de dinheiro com uma antologia completa de um autor fodão como Vinicius ou Cecília, tudo em papel bíblia e capa de couro com letrinhas douradas, claro. Mas se a roupa lhe cai maravilhosamente bem, mas custa um pouco acima do tolerável, bem, então ela não leva. E, porra, como ela tem ciúmes dessas jóias. Lembro que ia cair um livro do Machado em uma prova da escola e ela preferiu me comprar uma edição vagabunda do romance ao invés de me emprestar a tal antologia. Certíssimo! Imagina se pirralho tem algum cuidado com livro! E meu pai, por outro lado, tem a mais incrível coleção de livros antigos de páginas amareladas e ortografia ultrapassada de que eu tenho notícia. Mas voltando para os livros. Não tenho muitos, mas os que tenho ficam ali na minha prateleira. Gosto de ver as suas lombadas coloridas e lembrar de como foi gostoso lê-los. Mas não compro muitos, só os que mais me marcaram. Tenho um tesão incrível em ler os livros da biblioteca da minha faculdade ou de sebos. Livros velhos, biblioteca escura e com aquele cheiro de pó e bolor. Adoro ver os sublinhados e anotações que outras pessoas fizeram. Já encontrei até bilhetes e manchas de sangue. Bom, também não tenho problema nenhum com os grandes conglomerados de livros, mas adoro as lojinhas pequenas, simpáticas e específicas. Posso ficar horas folheando livros interessantes (e outros nem tanto) e não comprar nenhum. Ou morrer de vontade de comprar um monte e não ter um puto na carteira. Acontece. Isso tudo só pra lembrar que preciso a voltar ao meu rítmo de leitura. Tem uma pilha de livros da faculdade pra ler, mas também um monte de outros que leio para refrescar a cabeça com coisas boas.

22 de julho de 2008

Procrastinação

É incrível minha capacidade de arranjar coisas para fazer quando não estou com vontade de trabalhar. Leio blogs, e-mails pessoais, revistas, converso pelo programinha que vem no e-mail, leio no IMDB as esquisitices dos últimos filmes que vi, dou uma olhada nos horários dos filmes que sei que me deixarão louco para vê-los, escrevo aqui no meu blog, leio sobre alguma banda antiga que me faz apaixonar, vejo o site de algum designer ou fotógrafo, dou olhada em cartazes tipográficos, pesquiso alguma coisa bem nada-a-ver como "retrofuturism" ou "sovietic posters", vejo a promoção do dia no querocomer ou leio a resenha daquele restaurante chic que abriu e que sei que não irei tão cedo ou matuto o programa que vou fazer mais tarde com o meu sempre inseparável parceiro de crimes. Tudo isso com a cara mais séria de quem está trabalhando em algo realmente importante.

21 de julho de 2008

Trampano

Meu trabalho não é assim tão difícil. Vejo se o que uns putos fazem lá no congresso vai ou não afetar alguma coisa aqui da empresa. Daí verifico comissões, discursos, matérias e outras coisas. Faço praticamente tudo sentadinho na minha mesa, olhando para a tela de um computador velho e sujo. Não me importo com a já avançada idade do meu companheiro de trabalho, pois ele tem internet e isso já me basta para matar algumas horas de tédio. Às vezes saio dessa sala acarpetada decorada num estilo meio anos setenta e vou conferir de perto o que esses mesmos putos aprontam lá no prédio das cumbuquinhas (uma virada pra cima e outra pra baixo). Levo meu caderninho e anoto algumas marmotas que eles gostam de falar em uma audiência pública qualquer e reporto para minha chefe, que é um tanto quanto bipolar. O bom é que a empresa paga sem reclamar o meu táxi: dez reais para ir, dez para voltar. Quando o dia está razoalmente bonito, volto a pé. Coloco meus óculos escuros e uma música e vou caminhando na rua mais cenográfica da cidade, com seus prédios todos iguais, organizados como um dominó gigante. Até rola de aprender alguma coisa sobre a política nacional, os arranjos, as fofocas, os túneis verdes com esteiras rolantes, as pessoas engravatadas e os lobbistas, mas nada demais, já que política não é mesmo minha praia. Tem dias que gosto disso tudo, mas em outros me dá vontade de simplesmente colocar um post-it na minha porta escrito: "Fui e não volto nunca mais!", descer em câmera lenta até o térreo ouvindo "what ever happened" do The Strokes e viajar pra uma praia qualquer por algumas semanas. O pior é que gosto de ter um lugar que eu venha todas as tardes, dos "boa tarde" que dou desde a ascensorista crente e sarcástica, os copeiros, os outros estagiários e até a secretária marrenta do meu andar. E o salário paga alguns caprichos e me dá aquele ridícula sensação de liberdade que só o dinheiro que você mesmo ganha pode dar. E bem, são só quatro horas por dia...

18 de julho de 2008

Férias

Mesmo sem viajar pra praia as férias são gostosas. Mesmo vindo todas as tardes aqui pro estágio. Ter as manhãs e as noites livres é tão gostoso. Acordar tarde, ir pro boteco num dia de semana, fazer natação na hora do almoço, andar de patins no fim de semana, fazer um picnic, viajar pra fazenda, ter um fim de semana romântico numa cidadezinha aqui perto, assistir a vários filmes, ir pro teatro. Ô diliça!

17 de julho de 2008

Estagnado

Essa é a sensação. Um estágio em que não se faz muita coisa de útil, uma espera interminável por um emprego que parecia tão certo. Não sou realmente a pessoa que gostaria de ser. O que ando fazendo com minha vida?

16 de julho de 2008

Inverninho

Um brigadeiro bem pretinho de tanto cacau em pó, quebrando o o doce quase enjoado do leite condensado com o azedinho da fruta que faz o chocolate. Isso tudo com duas colheres, um edredon e um desses programas coloridos da televisão num comecinho de noite. Esse frio dá um sonolência danada e eu só observando o tranqüilo sono alheio...

15 de julho de 2008

Peixe

Já tinha mais de quatro anos desde que dei minhas últimas braçadas de crawl. Com as férias da faculdade resolvi voltar para as tais aulas de natação sem ter a menor noção de se ainda sabia nadar. Caí na piscina e tudo voltou: braçadas, pernadas, chegadas, respirações e todos aqueles estilos malucos. O horário não ajuda muito, mas deixa a pele douradinha. Só me pergunto mesmo como fui ficar tanto tempo longe das piscinas!

14 de julho de 2008

Rural

Nem é assim tão longe, mas só de sair um pouco da cidade já me faz sentir em viagem. Carro cheio de roupas, cobertores e risadas e lá vamos nós para a fazenda. Um fim de semana inteiro com muitas vacas, tangerinas, zebras, conversas até a madrugada e muito fondue. O sol fraquinho lá fora, por que não colocar os colchões no jardim pra curtir o dia? Quase uma tropicália! Dá até vontade de viver de um jeito mais simples, cheio de pomares, cavalos e vaquinhas. Mas uma hora a gente tem de voltar aqui pro burburinho!



13 de julho de 2008

Cabeleira

O cabelo nem estava assim tão ruim. Quer dizer, estava um pouco grande e com algumas partes um pouco exóticas, mas eu gostava. Mas num acesso de impusividade resolvi entrar na primeira porcaria com tesouras e falei: corta! Claro, ficou uma bosta, mas foi baratinho, para compensar a facada que levei no último corte. O bom é que cabelo cresce (e eu fico repetindo esse mantra diariamente quando acordo e me vejo no espelho do quarto). De qualquer forma, não preciso mais de pomadas e fico pronto em dez minutos. O triste é que tenho um longo histórico de insatisfação com cabeleireiros. Se um dia eu me curar da síndrome pós-corte, prometo ser fiel ao salão na saúde e na doença, nas alegrias e nas tristezas.

12 de julho de 2008

Gambitos

Então você cansa do sedentarismo e entra na academia. E pela primeira vez você, inacreditavelmente, começa a gostar daquele lugar e segue rigorosamente as séries. Você corre todo dia por meia-hora, além dos outros exercícios nas máquinas. Pra completar, entra na natação oferecida pela academia num pacote super atrativo. E corre, nada, estica e perna, aduz, abduz, extende e flexiona. Depois de alguns meses você finalmente consegue encontrar uma calça ultraskinny realmente bacana nessas promoções de meio de ano e, inocentemente, as experimenta... Droga! Primeiro foi um sufoco danado conseguir passar a calça pelas coxas. Pra completar, depois de tanta corrida e natação sua perna fica cheia de músculos em lugares não muito convencionais, então, ao colocar a tal da skinny, eu parecia ser sustentado por duas toras de madeira ao invés de pernas, além de não mais conseguir dobrá-las. Ok, há coisas que só ficam bem nas pessoas magrelas, naquelas com tacos de baseball no lugar das pernas. O jeito é ir ali comprar uma saruel!

11 de julho de 2008

Pé na estrada

Ando com tanta vontade de colocar uma mochila nas costas, pegar um ônibus e sair por aí. Enquanto a relação tempo e dinheiro anda um tanto quanto difícil, decidi viajar nem que seja por um fim de semana. E o melhor, uma viagem a dois. Pousada reservada, voucher no e-mail. Só falta mesmo comprar a passagem de ônibus. Confesso que a maior dificuldade é mesmo esperar chegar o fim do mês para poder pegar a estrada e curtir um friozinho numa cidade bem simpática aqui do lado. E comemorar, é claro!

10 de julho de 2008

Coisas

É tanta coisa acontecendo que nem me lembro de escrever por aqui. A vida vai bem. Ainda bem.

3 de julho de 2008

Lata d'água

Não sei quantos anos ela tem e, aliás, já nem me importa. Sei que ela apanhou lá do marido, que era jogador de futebol famoso na década de cinqüenta. E a danada passou muita fome até se aventurar no programa de calouros no rádio, na época em que nem televisão existia. Não me importa também as tais plásticas, pois já fazem parte de tudo o que ela é. O que me importa mesmo é que daqui a alguns dias vou estar ali frente à frente ouvindo ela cantar com aquela voz rouca, numa mistura de alegria e tristeza, usando suas roupas e gestos estravagantes e, claro, requebrando com todo aquele gingado que só Elza Soares tem. Tá afim?
"beba-me", elza soares
teatro nacional, brasília
seis e oito de julho
dez reais/meia.

30 de junho de 2008

A vida continua

Bloqueio de escritor? Talvez, mas antes eu precisaria ser um escritor. O bom da internet é que qualquer macaco pode vir, escrever qualquer bosta e publicá-la. Ok, mas vamos falar da vida. Tudo anda tranqüilo. Menos um semestre. Mais um ano de faculdade e já mal posso esperar para agarrar aquele canudo. Não que seja ruim fazer esse curso, mas é que chega uma hora que cansa todo esse papo de graduação, resenhas, trabalhos e provas. Além, é claro, de todas essas matérias e professores inúteis. Eu só queria mesmo era ser gente grande: um desses trabalhos que me paguem o aluguel, três tanques de gasolina, alguns carrinhos de mercado, meia dúzia de impostos (sem contar os implícitos) e alguns luxos quaisquer para viagens dessas bem classe média mesmo. Mediocridade o caralho, quero é ter minhas coisas!

15 de maio de 2008

Bolseta

Usar bolsa é uma merda, ainda mais se for daquelas vagabundas de pano. É uma merda porque você se acostuma a carregar milhares de coisas que não precisa. É o carregador do celular, a pasta e escova de dente, o crachá e os óculos escuros, além de milhares de outros badulaques. Aliás, já nem me lembro mais como era minha vida sem essas porcarias, quando eu tinha somente os quatro bolsos da calça jeans. O pior é que por serem vagabundas e ordinárias, essas bolsas têm um tempo útil um pouco curto (ainda mais se usadas diariamente e carregadas para todos os cantos). Agora o pior de tudo é conseguir outra pra substituir a antiga. Eu sei, fazê-las é muito fácil, mas eu não tenho tempo ou talento para confeccioná-las. Vou então naquela loja bacana de coisas de design, já esperando pra levar um tapa na cara. Tapa mesmo não levei, mas sim um soco no olho direito: $150 por uma merda de uma bolsa? Ok, ela era linda e imitava um toca-discos. Acabei indo numa livraria infantil e comprando uma bolsa simpática e ecológica pela bagatela de $10. Bolsa é uma merda.

14 de maio de 2008

La Dolce Vita

Crise. Aliás, sempre estou em crise: o futuro que não combina com o passado, o presente desconexo e tudo mais bagunçado. Mas é nessa bagunça que encontro o que preciso: o clique. Ele aparece quando tudo está como uma tela surrealista de mal gosto, daquelas pintadas sobre o efeito dos ácidos mais fortes. Desespero total, mas é aí que se ouve aquele barulinho que parece o tic tac de um relógio. O tempo pára, a boca seca e os olhos se fixam no nada. E grito dentro da minha cabeça: "Mas é claro!". E vem aquela onda gostosa de certeza em todas as loucuras que se quer fazer e o futuro que aparece como um filme italiano dos anos sessenta. E la vita volta a ser dolce!

2 de maio de 2008

Neandertal

Uma das coisas mais ingratas que já se inventou é a gordura. Tudo bem que ela serve de reserva de energia e até mesmo como isolante térmico, mas para mim ela é simplesmente uma porcaria que fica na minha barriga e teima em não sair. Tudo isso só deve confirmar que meus ancestrais devem ter sido ótimos neandertais...

Meu histórico de brigas com a tal da gordura vem de longe. Nunca fui muito gordo, mas sempre tive aquela pancinha ingrata. Natação, karatê, dança contemporânea, yoga, nenhuma dessas aí foram muito eficiente. Resolvi intensificar e, apesar de meu grande desgosto, entrei para a academia. Faço corridas na esteira, bicicleta ergométrica, elíptico e todos aqueles aparelhos da inquisição espanhola. Dois meses depois e a diferença não foi assim tão gritante. Ou melhor, que diferença? Minhas pernas ficaram mais grossas, mas a pança? Ok, longo prazo, eu sei. Meses, anos, décadas? Não sei.

O ticket alimentação é outro culpado. É dinheiro, mas não é, então bora comer! E lá se vão várias refeições gordurosas em lanchonetes, sobremesas gigantescas naquela torteria bacana e todas aquelas coisas deliciosas e que viram imediatamente gordura.

E a danada da gordura continua aqui. Ando meio resignado, mas vou continuar nessa vida de pessoa saudável. Vou lá correr sem sair do lugar, suar bicas, lutar com a minha preguiça e, claro, perder todo o meu prazer em comer. Todo. Todinho. Nada de refrigerantes, sorvetes, lanchonetes ou qualquer coisa que pareça minimamente deliciosa. E não, não venha me falar que soja ou qualquer comida não-gordurosa é gostosa. Ela é comestível, faz bem, engorda menos, mas daí a ser gostosa?

E depois de tudo isso eu possa, quem sabe, perder um centímetro. Ou dois. E meio quilinho, será? Gordura ingrata. Quando eu perco essa pança toda? Eu não quero ficar forte, não quero ficar definido, só quero perder a pança. Aliás, não me incomodo de ter sempre a carga mínima em todas as máquinas de tortura e nem de ter de correr todos os dias por meia hora. Eu detesto esse biotipo neandertal.