1 de fevereiro de 2011
Juntos, mas separados
Mal o ano começou e já chegou fevereiro. A casa está sozinha, silenciosa, só se ouve Miles, Thelonious e as teclas do computador. Penso em você lá longe e nos imagino juntos de novo. Eu sei que você não vai poder ficar muito tempo aqui quando vier, mas a gente dá um jeito. Quase quatro anos desde o primeiro beijo, quase dois anos que as escovas estão juntas.
Esse ano mal começou e teremos de aprender a sermos casados/juntos/união estável/sei lá o que é/ que moram em cidades diferentes. Mas tem o telefone, a internet e as promoções baratas de avião. Três horinhas, contando do check-in ao pouso e estaremos juntos. Fisicamente, eu digo. Junto a gente já está.
Quando você está aqui eu nem cozinho. Ontem fiz abobrinha grelhada com molho shoyo e manjericão, além de um suco de açaí com geleia de gengibre. Hoje fiz omelete com ricota, pimenta síria e presunto. Quando você voltar já vou estar craque no fogão. Mentira, minhas habilidades não passam de lanchinhos.
Adorei ouvir sua voz agora há pouco, pena que cobram tão caro nesses interurbanos. Você acalma esse frio na barriga.
Ano que vem estaremos juntos de vez. Quer dizer, junto a gente está, mesmo longe. Mas ano que vem ou eu vou pra aí ou você vem pra cá. Tudo vai mudar. Se não der certo a gente volta (ou vai). Ou dá um jeito!
Um ano passa rápido. Mentira. Agora que passou uma semana. Eu sei, o tempo é psicológico, um dia de cada vez.
Eu não me imagino com mais ninguém, só com você.
31 de janeiro de 2011
Filmes e Livros de Janeiro
- Tron Legacy ***
- Tron ***
- Hunger ****
- Chá com Mussolini ****
- Manhattan ****
- Aconteceu em Woodstock *****
- 72h ***
- Scott pilgrim ***
- Magnolia ****
- Johnny & June ****
- Alem da vida ****
- The doors **
- Biutiful *****
- Mononoke-hime ****
- O Único final feliz para uma história de amor é um acidente - J. P. Cuenca ***
- Limite branco - Caio Fernando Abreu ***
- Armas secretas - Julio Cortazar *****
27 de janeiro de 2011
19 de janeiro de 2011
18 de janeiro de 2011
Sanatório
Aprendi a me entender, pois algumas coisas malucas me fazem sentir bem. Tento compreender que sou meio 'freak' mesmo e provavelmente vou morrer 'freak'. Por exemplo, (1) adoro fazer esquemas. Se vou viajar a algum lugar, pesquiso vários endereços, emails e blogs, coloco tudo resumido em um papel e aquilo vira minha bíblia durante os dias que passarei naquele lugar. Claro, não vou nem à metade das coisas que me propus, mas é uma boa referência.
17 de janeiro de 2011
Minimalismo
Escrever sempre me foi um exercício de estilo e de autoconhecimento, uma forma de desembaralhar as idéias e nisso esse espaço sempre me ajudou, mesmo nos textos mais simples. De vez em quando releio um texto escrito há dois ou três anos e 'revivo' minhas motivações e as situações. Mas além de reler, também voltei a ler. Ler, assim, verbo intransitivo. Revistas, livros de literatura esquecidos na estante, livros eletrônicos, arquivos em PDF, blogs, jornais... E ouvir. Novos artistas, discos esquecidos na pasta, shows. Aliás, meu fone de ouvido virou hábito. E, claro, viajar. Eu sei, é caro, é trabalhoso e nem tudo acontece como o planejado (Planejado? Cansei de esquematizar tudo).
Com isso, a casca da letargia, ou melhor, da minha atual estagnação sofreu algumas rachaduras, como se finalmente eu houvesse conseguido imaginar uma outra forma de viver, uma tentativa de experimentar o filosófico (ou pseudo-filosófico) "menos é mais". Parar de enrolação, afinal de contas, se você não conseguir explicar algo para uma criança de cinco anos, cara, você não aprendeu aquilo.
Descobri que eu não sabia um monte de coisas que eu havia estudado, então tentei preencher todos esses meus porquês. Impossível, eu sei. Mas tento agora preenchê-los com minhas idéias. Cansei de ser um "apud" de tudo, ou mesmo um "iPod".
Comecei a pensar que não vou chegar a lugar nenhum com esse tanto de bagagem extra. Preciso me livrar de todo esse peso. Não, não vou à Índia praticar o desapego. Vou simplesmente diminuir o meu próprio ruído, parar de ser meu próprio ditador. Esse é o meu minimalismo.
Com isso, a casca da letargia, ou melhor, da minha atual estagnação sofreu algumas rachaduras, como se finalmente eu houvesse conseguido imaginar uma outra forma de viver, uma tentativa de experimentar o filosófico (ou pseudo-filosófico) "menos é mais". Parar de enrolação, afinal de contas, se você não conseguir explicar algo para uma criança de cinco anos, cara, você não aprendeu aquilo.
Descobri que eu não sabia um monte de coisas que eu havia estudado, então tentei preencher todos esses meus porquês. Impossível, eu sei. Mas tento agora preenchê-los com minhas idéias. Cansei de ser um "apud" de tudo, ou mesmo um "iPod".
Comecei a pensar que não vou chegar a lugar nenhum com esse tanto de bagagem extra. Preciso me livrar de todo esse peso. Não, não vou à Índia praticar o desapego. Vou simplesmente diminuir o meu próprio ruído, parar de ser meu próprio ditador. Esse é o meu minimalismo.
16 de janeiro de 2011
I told you I was trouble...
Festivais são sempre uma aventura. Chegar, conseguir bebida, um lugar bom pra ver, escapar dos pisões no tênis, não se perder dos amigos, aguentar mais de seis horas em pé, ficar rouco e quando termina o último show, escapar da manada enlouquecida, entrar em um táxi e arranjar uma festa bem boa pra ir depois. Nesse, claro, não foi diferente. O Summer Soul Festival trouxe Amy Winehouse, após dois anos de férias no Caribe. E apresentou também Mayer Hawthorne com sua voz suave e um jazz bem leve, além da teatral Janelle Monaé, com máscaras, capas, trechos de Metrópolis e até mesmo uma pintura ao vivo de um quadro. E Amy chegou tímida, assim de fininho, quase como quem tivesse acabado de acordar, deu uma saidinha e voltou com todo o gás, mandou seus clássicos do segundo álbum, além um de um tango. O ruim foi que a cerveja acabou antes que o principal show da noite tivesse começado. Mas tudo bem, festival é pra ser uma aventura!

15 de janeiro de 2011
What kinda fuckery is this?
A última viagem pra show foi há cinco anos, pro Placebo no Rio. Desde de então rolaram Tim Festival, Planeta Terra, Starts With U e vários outros shows que eu queria ir, mas faltou grana, os ingressos esgotaram muito rápido ou, bem, deu preguiça. Então a Amy Winehouse, minha companheira de fossas, bebedeiras ou mesmo na academia, resolveu encerrar as férias e fazer shows no Brasil. Ela, seu delineador, o penteado retrô e sua voz rouca e antiga. Claro que não iríamos perder, mesmo com todo o rolo pra comprar os ingressos. E daí que ela erra algumas letras, sai do palco algumas vezes e faz um show curtinho? Não tem como perder! Não foi resolução de ano novo, mas quero viajar mais e curtir mais shows. Na volta, já está garantida a efêmera Tulipa Ruiz...
14 de janeiro de 2011
Papel passado?
Não lembro direito de quem foi a ideia, quando me dei conta a gente já havia escrito em um guardanapo (ou um flyer) a previsão mensal de gastos para que juntássemos as escovas de dentes. Estava lá o dinheiro para a internet, alimentação, aluguel e todas essas coisas. Antes mesmo de haver um apartamento em mente, já tínhamos comprado uma mesa, quatro cadeiras, tapete e até luminária em forma de cachorro. Passaram ainda uns três ou quatro meses até que finalmente achamos um apartamento legal e não muito caro pra finalmente deixar as escovas de dente ali juntinhas no banheiro. Não teve cerimônia, nem chá de casa ou qualquer outra coisa. Simplesmente enchemos um colchão de ar e dormimos ali na sala escutando um dvd da Gal Costa. E nesse dia senti tanta paz, estava em casa. Ou melhor, estávamos em casa. Já estamos no segundo apartamento, mais de dois anos após aquele primeiro guardanapo (ou flyer) e ainda me pego olhando pra você e pensando em como quase tudo explode ao nosso redor, mas chegar em casa e te ver ali mexendo no seu notebook, tomando um drink no canudinho ou cochilando no quarto, sério, o mundo pode explodir, mas olho pra você e não me importo com o cotidiano massacrante ou todos os perrengues que a gente já passou. Olho pra você e penso: "já era, mano!". É com você mesmo que eu quero viver! Não importa se não tem papel passado, cerimônia, festa, lua de mel. O que importa é a gente junto. Tenho te amado mais esses dias, assim de graça.
13 de janeiro de 2011
Banguela
Minha cabeça tem um mecanismo estranho de inferiorizar ideias externas. Não é só necessário entender do que se trata, mas também as consequências. Por exemplo, o fio dental. Toda visita ao dentista era a mesma coisa, placas, tártaro e tudo aquilo. Eu simplesmente escovava meus dentes. "Tem de passar o fio dental!". Ok, vou passar, mas que nada. Um dia mudei de dentista: "Você tem os dentes tão bacanas, pena que vão todos cair se você não passar fio dental.". Desde dia não fico sem o maldito fio. Nem sei se meus dentes vão cair mesmo, mas o que a dentista disse fez efeito. Ou seja, só entendi as coisas na base da porrada. E agora pra eu entender que pra mudar de vida preciso me mexer? Que porrada eu tenho de levar? Sério, me dei uma porrada esses dias e parece que está funcionando. O que eu queria mesmo era não precisar desse "POW!".
12 de janeiro de 2011
Verão?
Acho engraçado todo esse bombardeio de imagens de sol, calor e praia. O verão daqui é meio frio e bastante chuvoso, quase, sei lá, um outono. Claro que eu preferiria estar em uma praia de uma cidade pequena lá do Nordeste, mas mesmo assim gosto desse verão brasiliense: chuvoso, vazio e nada quente.
11 de janeiro de 2011
Descongelar
Aos poucos o gele derrete e eu consigo me mover de novo. Devagar, é verdade, mas melhor do que continuar no torpor.
10 de janeiro de 2011
Friducha
A Frida é linda até de óculos escuros... Falando nisso, esse livro é incrível, ver todas as fotos de família, as fotos tiradas por ela, quase como abrir aquela arca no sótão e encontrar todos esses tesouros.
9 de janeiro de 2011
Sabotagem
Na verdade a maior sabotagem é a minha. Sento ali, tento mudar as coisas, mas parece que de repente quero jogar tudo para o alto. Dá vontade de chamar esse saboteur para um papo, chegar já com um "vem cá, qual é a sua?". Eu sei, esses diálogos imaginários dentro da minha cabeça, essas vozes, não é algo legal pra se escrever por aqui. Mas de qualquer forma vou ter um papo com todos esses que moram aqui dentro, tentar chegar em um consenso. Algo como uma reunião da ONU. Vou ver o que rola...
8 de janeiro de 2011
Flores?
A gente tenta comprar flores toda semana. Tínhamos um jardim antes de vir pra cá, com cactos, suculentas, samambaias. Mas aqui não dá mais, então preferimos comprar flores. O antigo narguilé quebrou, ficou somente a parte de vidro, que agora virou um vaso. E a casa fica mais colorida. E até quando seca dá aquele ar de décadence avec élégance (na verdade, quase sempre sans élégance, como um Grey Gardens).
7 de janeiro de 2011
Análise combinatória
As possibilidades estão aí, basta um pouco de foco pra que eu as entenda. Posso ir por ali ou mesmo por ali. Às vezes parecem meio assustadoras, secas, mas não deixam de ser possibilidades. Mas algo entendi: na verdade não existem erros.
6 de janeiro de 2011
Concentração
5 de janeiro de 2011
Desafios
Esses dias tive a brilhante ideia de me desafiar. Não, não vou ganhar nada se conseguir ou perder se não der conta. Primeiro baixei vários discos das listas dos melhores do ano passado, tanto no Brasil quanto na gringa. Logicamente, não conheço quase nada que foi lançado após 2007. Então tive uma trabalheira danada pra baixar tudo aquilo e agora me obrigo a escutar pelo menos um pouquinho de cada banda no celular, todos os dias. Curti Tulipa Ruiz, Thiago Pethit, Arcade Fire e mais um monte que não me lembro agora. Mas só um desafio é muito pouco, estou cheio de livros encostados na estante, tem Cortazar, Cuenca, Lispector, Palaniuhk, Kerouac e Bolano. Coitados, tão esquecidos lá na sala. Mas ok, não tem como deixá-los por lá, então me propus a ler nem que fosse uma página por dia, não importa o quão cansado eu esteja. E sim, estudar de verdade. Pois é, o ano onze já começa cheio dos desafios.
4 de janeiro de 2011
Profissão
Havia muito tempo que eu não estudava algo que realmente gostasse. E agora estou aqui com protocolos, convenções, chamadas, leis e decretos ambientais. Eu e meio ambiente há alguns meses seria uma associação extremamente inusitada (na faculdade me foquei em direitos humanos, direito civil constitucionalizado e direitos homoafetivos). E bem, hoje trabalho com regulação. Sim, minha vida profissional está uma bagunça. Mas aos poucos está se ajeitando...
3 de janeiro de 2011
Inútil?
Primeiro dia útil do ano e eu deveria voltar pra firma depois de quase dez dias de recesso. Deveria. A faringe não deixou. A médica disse que era faringite viral. Ok, me deu um atestado de um dia. Dormi, vi vários pedaços de filmes (o remédio que ela me passou é forte) e pensei muito no que quero pra esse ano. Não voltei pra dieta, pros estudos e nem pro trabalho, mas amanhã começo nesse tal de dois mil e onze. Começo mais relaxado, mais feliz e com a faringe quase boa. Dia inútil?
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