16 de abril de 2012
Dedos cruzados
Amanhã pode ser que tudo vá mudar por aqui. Aliás, pode ser que minha vida como um todo dê mais uma reviravolta. Pensando bem, tudo o que tem acontecido nos últimos dez ou onze dias são mudanças. Tento não ficar tão nervoso, mas isso é inevitável. De qualquer forma, estou me preparando e acho que tem muitas chances de dar certo. Dedos cruzados!
14 de abril de 2012
Fios
Já começo a esquecer algumas coisas, alguns detalhes. A memória parece mesmo esse fiozinho, esse fiapo. E o tempo, esse danado, anda cada vez mais relativo. Parece que já faz meses desde que saí. Ou apenas algumas horas. E a vida segue, já não tanto como férias, mas ainda não está no ritmo de trabalho. A saudade, essa sim, forte como nunca! Já comprei passagens para passar o dia das mães na minha terra.
12 de abril de 2012
Resumo
Eu assisti a um concerto na hora do almoço, com muitas velhinhas na platéia, consegui ir no dia gratuito do museu, andei na chuva de terno e gravata, olhei várias ruas e vários apartamentos sem conseguir encontrar um com bom custo/beneficio, fui chamado para uma entrevista de trabalho, comprei meu cartão de bilhete único, cortei o cabelo e comprei um terno novo pra entrevista, pego saladas prontas no mercado e incremento em casa na hora do almoço, tive uma crise porque não consegui contratar um vidraceiro, tive outras crises porque achei que não ia dar conta de viver aqui, sinto falta da minha familia e dos meus amigos todos os dias, perdi a vontade de fazer coisas de turista na cidade, finalmente consegui cozinhar pra ele (fiz uma carninha asiática com gergelim, gengibre e shimeji, tudo inventado na hora), comecei a me localizar na Avenida Paulista, dei entrada na papelada para tirar a carteirinha da ordem, aprendi a me virar só com o tablet, pois esqueci o carregador do notebook, ligo quase todos os dias pra Brasília (ainda bem que existe promoção de ligações!). E estou começando a gostar daqui, não só pra passar as férias...
10 de abril de 2012
Respiro
Precisei tirar um dia para mim. Não que a rotina esteja ruim ou a cidade tenha me engolido, mas já que hoje o MASP tem entrada liberada, resolvi passar o dia no museu. Vi exposições, revi alguns quadros e até curti um concerto de uma orquestra argentina na hora do almoço, tudo sem nem mesmo gastar um real.
Aliás, aproveitei que já estava ali perto e fui ao Trianon ler um pouco e espairecer, ainda sem gastar nada. Esse parque me faz esquecer que estou em São Paulo, apesar de estar em uma das regiões mais movimentadas.
Voltei e fui almoçar bem tarde em casa, apenas uma saladinha e um pouco do gorgonzola.
Os dias estão ótimos, mas sei que logo logo minha rotina vai ser bem diferente.
Aliás, aproveitei que já estava ali perto e fui ao Trianon ler um pouco e espairecer, ainda sem gastar nada. Esse parque me faz esquecer que estou em São Paulo, apesar de estar em uma das regiões mais movimentadas.
Voltei e fui almoçar bem tarde em casa, apenas uma saladinha e um pouco do gorgonzola.
Os dias estão ótimos, mas sei que logo logo minha rotina vai ser bem diferente.
9 de abril de 2012
Acostumar-se
A primeira segunda-feira. Ainda não me acostumei com a cidade, parece que ainda estou de férias. E isso não me faz sentir o peso de se estar desempregado.
Claro que o desespero de vez em quando vem com tudo e me dá vontade de deitar no chão, fingir-me de morto. No ápice do desespero chega um email -sempre chega um email! - com uma proposta de entrevista. Nada concreto, nada certo, mas é um ótimo acalanto. Calma, respiro fundo. Quem sabe? Quero logo trabalhar! Nunca achei que ia sentir saudade de trabalhar. Ainda não tem dez dias que saí do antigo emprego.
Sinto falta de casa, dos meus pais, minha família, meus amigos. Mas adoro ter de novo essa rotina de casamento, de dormirmos juntos, acordarmos, planejar.
Ainda não sei se vou dar conta de sentir-me em casa aqui. Mas sinto que S. Paulo pode me dar uma mãozinha.
Claro que o desespero de vez em quando vem com tudo e me dá vontade de deitar no chão, fingir-me de morto. No ápice do desespero chega um email -sempre chega um email! - com uma proposta de entrevista. Nada concreto, nada certo, mas é um ótimo acalanto. Calma, respiro fundo. Quem sabe? Quero logo trabalhar! Nunca achei que ia sentir saudade de trabalhar. Ainda não tem dez dias que saí do antigo emprego.
Sinto falta de casa, dos meus pais, minha família, meus amigos. Mas adoro ter de novo essa rotina de casamento, de dormirmos juntos, acordarmos, planejar.
Ainda não sei se vou dar conta de sentir-me em casa aqui. Mas sinto que S. Paulo pode me dar uma mãozinha.
5 de abril de 2012
Começo. Ou recomeço.
Primeiro dia, saudade misturada com medo. Não sei o que esperar, não sei o que fazer. Parece que estou de férias ou que nada do que passei nos últimos anos em termos de trabalho aconteceu de verdade. E me sinto um inútil, tenho medo de não ser capaz de me virar na cidade. Tudo é diferente, parece que estou flutuando no espaço. Ou como num daqueles sonhos em que se tem consciência de estar sonhando, mas não se pode acordar. Ok, vou acordar. Preciso fazer coisas práticas: cadastros, currículo, jornal, continuar procurando, dar entrada na documentação para tirar a carteirinha da ordem. Ou tentar algo completamente diferente, como o emprego na livraria. Chega de flutuar.
4 de abril de 2012
Partidas... E chegadas!
Cheguei na minha nova cidade. A primeira música que tocou no meu fone de ouvido foi "maps", do Yeah Yeah Yeahs e na mesma hora me lembrei de uns cinco anos atrás, senti algo legal. Acho que vai ser boa a estada aqui. Estou mais maduro, mais preparado para os desafios daqui. Tenho um pouco de receio de embrutecer aqui, pela loucura dessa cidade de S. Paulo. Sinto que vou trabalhar muito e vou conhecer muita coisa. Espero que esse presságio esteja certo.
Cataratas
Eu nunca tinha sentido uma dor tão forte. Eu, meus pais e minha irmã ali no saguão do aeroporto, lágrimas, desejos de boa sorte, memórias e a certeza de que amanhã vai ser tudo diferente. Vou estar em outra cidade, sem minha família próxima a mim. Mas sinto que preciso passar por essa experiência. E até mesmo as cataratas do Iguaçu que chorei hoje valeram a pena! E agora é entrar naquele avião e começar mais uma fase da minha vida!
3 de abril de 2012
Floresta
Pertinho da casa dos meus pais uma floresta enorme. Ok, na verdade é uma mata de galeria, mas para mim não deixa de ser uma floresta. Resolvi passar as últimas manhãs de Brasília por lá. Pode parecer meio hippie, mas esse contato com a natureza, o sol, as árvores, tudo isso tem me feito tão bem, principalmente depois de uma temporada de concreto e cinza-escritório.
Tenho tomado sol, nadado e curtido a trilha na tal mata de galeria. E lido muito!
Essa é a vida! Por mais que seja apenas um breve intervalo até a próxima temporada de concreto e cinza-escritório.
De qualquer forma, é ótimo dar essa recarregada. Meu lado hippie agradece.
Tenho tomado sol, nadado e curtido a trilha na tal mata de galeria. E lido muito!
Essa é a vida! Por mais que seja apenas um breve intervalo até a próxima temporada de concreto e cinza-escritório.
De qualquer forma, é ótimo dar essa recarregada. Meu lado hippie agradece.
2 de abril de 2012
Despedida
Ontem foi a despedida. Um lugarzinho tranquilo com jazz, cervejas, hambúrguer e o famoso sorvete frito. E em uma mesa enorme pessoas que fizeram parte de várias fases da minha vida. Gente que estudei no colégio, na faculdade, gente que conheci nas noites de Brasília, gente que me conhece desde que eu nasci. E o melhor foi ter conseguido manter o clima leve, sem aquele peso da mudança, do "nunca mais", da distância.
Vai ser muito difícil ficar longe de tanta gente que eu amo. Mas eu preciso dessa experiência!
Vai ser muito difícil ficar longe de tanta gente que eu amo. Mas eu preciso dessa experiência!
1 de abril de 2012
Ramos
Não me considero uma pessoa religiosa e nem sigo nenhuma doutrina espiritual. Claro, acredito em Deus, no além-vida e em fazer boas ações.
Meu pai é bastante religioso e todos os dias reza o terço pela televisão, além de ir à missa aos domingos. Acho ótimo ele ocupar seu tempo com questões religiosas.
Eu não vou à igreja há muitos anos, a não ser para casamentos. Durante minha infância e adolescência sempre acompanhei meu pai, mais pra lhe fazer companhia do que por realmente acreditar na liturgia. Mas hoje, não sei bem porque, resolvi acompanhá-lo.
A missa desse domingo foi sobre o início da semana santa, o domingo de ramos, e durou mais de duas horas. Surpreendentemente não foi difícil passar esse tempo: aproveitei para pensar em minha vida, lembrar da infância, além de ver como a religião faz parte da vida do meu pai.
Sei que não vou adotar esse costume para minha vida, mas foi interessante ir à missa pela primeira vez na vida de forma voluntária.
Guardei o ramo que eles entregaram na missa de hoje. Mal não vai fazer, principalmente nesse período de mudanças.
Meu pai é bastante religioso e todos os dias reza o terço pela televisão, além de ir à missa aos domingos. Acho ótimo ele ocupar seu tempo com questões religiosas.
Eu não vou à igreja há muitos anos, a não ser para casamentos. Durante minha infância e adolescência sempre acompanhei meu pai, mais pra lhe fazer companhia do que por realmente acreditar na liturgia. Mas hoje, não sei bem porque, resolvi acompanhá-lo.
A missa desse domingo foi sobre o início da semana santa, o domingo de ramos, e durou mais de duas horas. Surpreendentemente não foi difícil passar esse tempo: aproveitei para pensar em minha vida, lembrar da infância, além de ver como a religião faz parte da vida do meu pai.
Sei que não vou adotar esse costume para minha vida, mas foi interessante ir à missa pela primeira vez na vida de forma voluntária.
Guardei o ramo que eles entregaram na missa de hoje. Mal não vai fazer, principalmente nesse período de mudanças.
31 de março de 2012
Bici
Peguei a bicicleta ali encostada desde não sei quando, os dois pneus murchos. Levei até o posto, enchi e comecei um passeio pelo bairro que nasci, cresci e recentemente voltei a morar. De repente era algum ano do final da década de oitenta ou começo da noventa. Pedalava e lembrava dos tombos, das ida à locadora, do mercadinho, do comércio, dos passeios com os amigos. E já não sabia porque fiquei tantos sem andar de bicicleta, sem sentir o vento no rosto, mudar as marchas, escutar música. Vou aproveitar essa mudança na vida e incluir mais um pouco de novidade: mas passeios em duas rodas, mesmo que a cidade quase não tenha ciclovias e que tantos ciclistas tenham morrido nos últimos meses.
Leveza
Os dias têm sido leves. Em um dia descansei e relaxei tudo o que precisava e ainda resolvi alguns últimos acertos. A mala nem comecei, mas detesto empacotar as coisas. Aliás, não quero encarar como bagagem de mudança, mas sim de uma viagem longa. Vou deixar muita coisa por aqui, levar só o que realmente preciso. E enquanto isso, curto o fim de semana e espero que continue com essa leveza.
30 de março de 2012
Sol e lago
Entrei de penetra no clube que freqüentava quando era pequeno e que fiz as melhores aulas de natação. Disse que queria ver os preços da academia, mas fui direto pra beira do lago tomar sol, escutar música, ler e pensar na vida. Meu primeiro dia sem trabalhar e eu quero passá-lo como um vagabundo. Ou com estilo.
Escuto o barulho das ondinhas do lago batendo no píer e me sinto numa praia no meio do cerrado. Brasilia é realmente muito bonita, ao menos na bolha urbana que eu moro.
Estranhamente sinto uma leveza tão grande, como se eu não percebesse que já não tenho apartamento, móveis, fogão, cama, geladeira e emprego. Minha vida dos últimos três anos já não existe mais e nem me doeu vê-la desmanchar-se em caixas. O que me dói mesmo é ficar longe das pessoas que amo, meus amigos e família. Mas sinto que é necessário. Me sinto forte, mas sei que só com uma ou duas semanas após minha ida é que vou perceber o tamanho do golpe no meu coração. Minha ficha sempre demora a cair. E enquanto isso fico aqui escutando o barulho das ondinhas da praia postiça, sentindo o sol me livrar da cor cinza.
E por enquanto isso está bom, não dá pra querer sentir tudo de uma vez.
Escuto o barulho das ondinhas do lago batendo no píer e me sinto numa praia no meio do cerrado. Brasilia é realmente muito bonita, ao menos na bolha urbana que eu moro.
Estranhamente sinto uma leveza tão grande, como se eu não percebesse que já não tenho apartamento, móveis, fogão, cama, geladeira e emprego. Minha vida dos últimos três anos já não existe mais e nem me doeu vê-la desmanchar-se em caixas. O que me dói mesmo é ficar longe das pessoas que amo, meus amigos e família. Mas sinto que é necessário. Me sinto forte, mas sei que só com uma ou duas semanas após minha ida é que vou perceber o tamanho do golpe no meu coração. Minha ficha sempre demora a cair. E enquanto isso fico aqui escutando o barulho das ondinhas da praia postiça, sentindo o sol me livrar da cor cinza.
E por enquanto isso está bom, não dá pra querer sentir tudo de uma vez.
29 de março de 2012
Des-empreguis
Último dia de emprego. Despedidas, emails, abraços. A partir de amanhã estarei desempregado. Ainda vou ter a possibilidade de voltar, mais ou menos como o trancamento de uma faculdade, mas em temos práticos estarei desempregado: sem receber salário. Não sei ainda o que vai acontecer, não tenho propostas de emprego em vista e sei que vou ralar muito até mesmo para conseguir um sub-emprego.
O último dia empregado foi uma boa surpresa. Todos me disseram que estou fazendo a coisa, que preciso crescer profissionalmente. E falaram coisas legais como a falta que vou fazer, que as portas estarão sempre abertas. Ganhei uma caneta dessas de metal e que vem em uma caixinha de madeira. O chefe do andar me deu seu cartão com o telefone em SP para que eu ligasse se precisasse de algo. E tive um almoço e um happy hour com a equipe.
Realmente sinto que é o passo acertado a se tomar. Desemprego aí vou eu. Espero que não por muito tempo!
O último dia empregado foi uma boa surpresa. Todos me disseram que estou fazendo a coisa, que preciso crescer profissionalmente. E falaram coisas legais como a falta que vou fazer, que as portas estarão sempre abertas. Ganhei uma caneta dessas de metal e que vem em uma caixinha de madeira. O chefe do andar me deu seu cartão com o telefone em SP para que eu ligasse se precisasse de algo. E tive um almoço e um happy hour com a equipe.
Realmente sinto que é o passo acertado a se tomar. Desemprego aí vou eu. Espero que não por muito tempo!
Quartas
Todas as quartas a gente se vê, não importa o que aconteça durante o dia. Isso já acontece há alguns anos. Nós três, cervejas, esfirras e quibes. Falamos da nossa semana, do que pretendemos fazer, rimos. Simples assim, leve assim. E agora vamos ficar longe. Talvez eu não consiga vê-las em seus aniversários, talvez demore alguns meses até que a gente se veja. Mas já ficamos longe outras vezes e sempre que nos reencontramos parece que nunca deixamos de nos ver. A gente se entende, a gente se zoa, a gente se preocupa. Hoje por exemplo liguei e ela não atendeu. Queria avisar que havia uma blitz no caminho, de acordo com o homem da quadra. Mas ela não atendeu. Meu telefone desligou. Meia hora depois as duas estavam de madrugada na frente da casa dos meus pais. Achavam que eu tinha morrido, tinha sofrido um acidente. Amor assim não se acha todo dia. Amor assim é pra vida toda! Que saudades que eu já estou!
26 de março de 2012
Não-viver
O que mais me incomodava em viver aqui, da forma que eu vivia, era exatamente o não-viver. Isto é, minha vida estava muito tranqüila e eu já não conseguia me desafiar, apesar das infinitas possibilidades que a cidade oferece. Mudar daqui seria como um banho de água fria, uma tentativa de acordar de um estado letárgico. Talvez, nesse sentido, a água seja até mesmo fria demais. Mas de qualquer forma, acordei. Percebi minhas possibilidades, minhas qualidades. Eu me enxerguei pela primeira vez sem aqueles olhos sem vida.
Hoje no meio de um dia de trabalho extenuante consegui uma tarde de folga, justamente no último dia de terapia. Depois da sessão fui a um píer próximo, desabotoei a camisa, tirei os sapatos e sentei perto da água. Vi o tanto que tinha mudado desde o dia que decidi me mudar, mas tudo isso já estava ali dentro de mim, de alguma forma. Em um ano consegui alterar várias coisas e o caminho pode até mesmo não ser o mais acertado, mas é um caminho. E vamos em frente! Ainda não sei o que vem lá, espero continuar me afastando do não-viver, por mais dolorido que possa ser escolher o próprio caminho.
Hoje no meio de um dia de trabalho extenuante consegui uma tarde de folga, justamente no último dia de terapia. Depois da sessão fui a um píer próximo, desabotoei a camisa, tirei os sapatos e sentei perto da água. Vi o tanto que tinha mudado desde o dia que decidi me mudar, mas tudo isso já estava ali dentro de mim, de alguma forma. Em um ano consegui alterar várias coisas e o caminho pode até mesmo não ser o mais acertado, mas é um caminho. E vamos em frente! Ainda não sei o que vem lá, espero continuar me afastando do não-viver, por mais dolorido que possa ser escolher o próprio caminho.
24 de março de 2012
Firrrrrrma
Trabalhar de noite em um prédio vazio no meio do nada me deu uma sensação estranha de paz. Imaginei ali, sentado na cadeira da chefia, que preciso de um novo trabalho, preciso crescer tanto profissionalmente quanto em âmbito pessoal. Não estou me dedicando o tanto que preciso no meu trabalho e ainda não tenho um trabalho novo. A partir da próxima sexta-feira estarei desempregado. Na verdade, tirei uma licença sem vencimentos, mas em termos práticos é a mesma coisa de se estar desempregado. Vai ser a primeira vez em mais de sete anos que não receberei um salário no final do mês, o que me dá uma mistura de medo e frio na barriga com as novas possibilidades. Posso sair do serviço público pra virar fotógrafo ou vendedor de livros ou advogado ou garçom ou poeta maldito. Ok, poeta maldito não, mas enfim, sinto essa sensação de novas possibilidades na vida. E isso já é extremamente gratificante. Poucas pessoas têm coragem de mudar drasticamente de vida, de trocar o certo (salário, vida tranqüila, apartamento) pelo incerto (desemprego, uma malinha, distância). Gostei de descobrir que sou capaz de mudar, de arriscar. Quem sabe algo realmente bom vai acontecer na minha vida profissional?
21 de março de 2012
Simples
Estou fazendo várias coisas que nunca fiz antes. Algo como uma entressafra. Chego do trabalho, como algo leve e leio por horas, pelo menos um capítulo de cada livro (estou lendo três ao mesmo tempo: "Jogo da Amarelinha" do Cortazar, "Ulisses", de James Joyce e "Memórias Inventadas: terceira infância", de Manoel de Barros. Escuto música enquanto isso. Depois tomo banho, como algo, vejo uma série ou filme, edito algumas fotos. Nunca minha vida foi tão tranquila. Durmo bem, como bem, não tenho nenhuma preocupação. Mas sei que isso é apenas por alguns dias. Logo minha vida vai entrar em um turbilhão e eu não vou ter tempo ou dinheiro pra nada. E vou me lembrar das noites em que eu escutava música e lia tranquilamente.
20 de março de 2012
Já deu
Enlouqueci, mas não cheguei a pirar. Minha cabeça deu vários nós e eu realmente cheguei a pensar que não tinha mais sentido. Autoestima pra quê? Resolvi então chegar até o buraco mais fundo, fui até o poço, me senti um lixo. E só então comecei a me enxergar melhor. A ver como eu posso fazer umas coisas diferentes e como a vida não é tão complicada assim. Quero fazer algo completamente pessoal da minha vida, deixar de ter tantas amarras, tantos impedimentos. Bora viver?
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